Materiais:
Enviada em: 01/07/2019

Dupla jornada de trabalho e preconceito       Observa-se que mesmo após intensa luta por igualdade social entre os gêneros dentro do mercado de trabalho, as diferenças ainda são muito notáveis na relação de empregabilidade, salário e carga horária. Além de enfrentarem diariamente preconceitos estereotipados do sexo feminino, ainda grande parte delas é responsável pela conhecida "dupla jornada de trabalho", quando a mulher possui a incumbência de realizar as tarefas domésticas de seu lar após chegar de seu trabalho, o que expressa uma rotina duas vezes mais desgastante e cansativa.       Apesar de que os dados demonstram-se cada vez mais positivos, em comparação com cenários anteriores, o mercado de trabalho brasileiro ainda é injusto e abusivo com as mulheres, tanto em relação às vagas disponíveis, quanto aos salários pagos pelos empregadores. De acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad), relativa ao 4º trimestre de 2018, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desemprego no período foi de 11,6%, mas com diferenças significativas entre homens (10,1%) e mulheres (13,5%).       Também de acordo com o IBGE, o rendimento habitual médio mensal de todos os trabalhos e razão de rendimentos, por sexo, entre 2012 e 2016, as mulheres ganham, em média, 75% do que os homens ganham. Essa informação ilustra o preocupante quadro em relação a busca por igualdade, ao evidenciar o abismo existente entre o salário feminino e o masculino. O principal motivo é a redução da carga horária de trabalho que as mulheres desempenham, e isso ocorre pois estas são responsáveis por "gerenciar" as famílias, ao ter que preparar refeições, limpar a casa, cuidar dos filhos, o que acaba por ocupar grande parte do dia e ser um empecilho.       Para que seja diminuída a diferença salarial e preconceito com as mulheres brasileiras no mercado de trabalho, é necessário que os cidadãos usem do seu direito de manifestar-se, de modo que façam pressão política ao governo, que deve empenhar-se em investir em políticas públicas e campanhas de incentivo de procura de emprego às mulheres, bem como utilizar do dinheiro oriundo dos impostos para a construção de creches, para que possa facilitar a vida das mulheres que vivem em lares machistas e são obrigadas a serem as únicas responsáveis pelos cuidados dos filhos. Deste modo, será melhorado e criado uma interdependência e autonomia feminina.