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Enviada em: 18/07/2019

Durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), as mulheres européias ganharam notoriedade no mercado de trabalho ao suprir a falta de homens trabalhadores que foram mandados à Grande Guerra. Esse cenário foi crucial para que as mulheres retomassem a luta iniciada na Revolução Francesa por mais transparência e direitos iguais. No entanto - no Brasil - em pleno século XXI, tem-se a manutenção de conflitantes desigualdades de gênero seja no mercado de trabalho seja no âmbito educacional. Isso se dá não somente pela negligência do Estado ao cumprir seu papel, mas também pela preservação sa sociedade patriarcal.    A priori, é imperioso destacar que conjuntura atual brasileira colabora para o atraso social e ao constrangimento feminino, haja vista que, segundo pesquisa do Cadastro Geral de Emprego e Desemprego de 2016, a taxa de mulher empregada no setor privado e público é de apenas 44%. Esse quadro, consoante às ideias do filósofo contratualista inglês John Locke, configura-se uma violação do “contrato social”, já que o Estado não cumpre sua função de garantir direitos imprescindíveis (como direito à igualdade e ao bem-estar social).      Mormente, é importante ressaltar a conservação de uma sociedade machista, perpetuada pela falha da família e da escola no que confere aos ensinamentos de educação básica e de respeito. Essa mentalidade ganha ainda mais força na disputa entre vagas de emprego, tal como expôs a cardiologista Maristela Monachini do Hospital Sírio Libanês, em 2018, em que no ranking promovido pela Folha de SP, 882 médicos votaram nos melhores profissionais do mercado, elegeu 27 homens e nenhuma mulher. Assim, nota-se que a discriminação é algo intrínseco ao desleixo de ensinamentos pelas esferas sociais e educativas.     Logo, o Congresso Nacional deve formular leis que findem a manutenção das dissemelhanças entre homens e mulheres no mercado de trabalho seja nas empresas públicas ou privadas, por meio de direitos e punições severas aos que descumprirem, com o intuito de tornar o setor feminino seguro dos seus direitos sem se sentir humilhado e negligenciado. Somado a isso, as escolas, em parceria com a família, devem inserir a discussão dessa temática tanto no ambiente doméstico quanto no estudantil, por intermédio de palestras, com a participação de psicólogos e especialistas; com o objetivo de desenvolver - desde a infância - a capacidade de pensar criticamente acerca de suas atitudes como cidadão, com o propósito de ensiná-los a diferença de gênero com algo biológico e não como vanguardista das diferenças sociais.