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Enviada em: 02/08/2019

Em 1943, a Consolidação das Leis Trabalhistas - CLT - teve como legado a manutenção do "salário igual, sem distinção de sexo, nacionalidade ou idade para todo trabalho de igual valor prestado ao mesmo empregador". Não obstante, hoje, ainda que tal legislação representa um avanço para a sociedade brasileira no que diz respeito à igualdade de gênero, percebe-se que a mulher ainda enfrenta sérias dificuldades de inserção no mercado de trabalho. Isso porque, além de resquícios históricos, a disparidade salarial e outros tipos de discriminação são uma realidade.   A princípio, é possível perceber que a maior participação feminina no mercado de trabalho deve-se à conquista de direitos no decorrer do tempo. Sabe-se que, vestígios de uma sociedade patriarcal, a mulher sempre enfrentou maiores responsabilidades domésticas e como cuidadora dos filhos. Com isso, benefícios como licença maternidade, possibilitam que, mesmo em situações de vulnerabilidade não a impeçam de continuar empregada. Ademais, de acordo com dados do jornal O Globo, as mulheres  já possuem maior escolaridade que os homens, o que favorece melhores oportunidades de profissões. Entretanto, apesar de tal evolução, a presença feminina nesse âmbito ainda é vitima de inúmeros desafios e desigualdades no Brasil.   Dentre outros impasses, a diferença de salários e a preterição são os mais predominantes. Mesmo sendo maioria com ensino superior, ainda segundo o jornal O Globo, esse gênero recebe apenas 76% do salário de um homem em um mesmo cargo. Além disso, é comum que mulheres sejam deixadas de lado em entrevistas de emprego, simplesmente por serem consideradas o "sexo frágil" ou menos incapazes. O mais preocupante é que, diante dessa situação, a mobilização ainda é insuficiente e, a falta de informação, principalmente por jovens que estão prestes a entrar no mercado de trabalho, contribui para a persistência dessa desigualdade. Dessa forma, essa conjuntura contribui diretamente para a comprovação do livro "O Segundo Sexo", da filósofa Simone de Beauvoir, em que diz que tal hierarquização dos sexos é uma construção social e não biológica.   Diante do exposto, é evidente que ainda existem inúmeras dificuldades a serem enfrentadas por esse gênero. Logo, é necessário que o Ministério do Trabalho aprimore a legislação vigente, por meio da criação de licença paternidade, a fim de evitar a preterição por justificativas de afastamento materno. Além disso, é importante que o Ministério dos Direitos Humanos em parceria com escolas e universidades, promovam a conscientização de jovens mulheres, mediante discussões e campanhas midiáticas, com o objetivo de mobilizá-las a lutar por maior igualdade salarial e pelo fim de paradigmas patriarcais.