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Enviada em: 24/08/2019

No século VIII, ocorreu a Primeira Revolução Industrial, fato marcante para a história do capitalismo e sobretudo para o ingresso da mulher no mercado de trabalho, justificado pela crescente demanda por mão de obra. A partir de então, a mulher passa a conquistar cada vez mais espaço na esfera trabalhista, contudo, a participação da mesma, ofuscada pelo protagonismo masculino, somada à diferença salarial, faz com que a luta pela contribuição feminina no mercado seja revelante e necessária hodiernamente.   Em primeiro plano, vale ressaltar que a soberania masculina em atividades de cunho público e a preponderância feminina em trabalhos de caráter privado, é consequência da estrutura social vigente. Segundo a Teoria do Habitus, de Pierre Bourdieu, as estruturas sociais são incorporadas durante o processo de socialização, fazendo com que determinados comportamentos sejam naturalizados. O esteriótipo feminino se enquadra nesse conceito, já que mulheres são associadas a trabalhos domésticos ou de cuidados,fato consolidado pela herança patriarcal,o que resulta em baixa participação feminina em cargos empresariais ou industriais, sendo representadas em uma porcentagem de 36% neste último caso, segundos dados do IBGE. Logo, a soberania masculina ainda é preponderante, apesar do espaço gradativo conquistado pela mulher.   Outrossim, a discrepância salarial entre os sexos é um impasse que precisa see ajustado. Segundo dados do censo demográfico do IBGE, cerca de 23,9% das mulheres com 25 anos possuem ensino superior completo, enquanto a porcentagem para os homens é de apenas 20,7%. Logo, é notório que apesar das mulheres possuírem mais instrução educacional que parcela dos homens, as mesmas ainda possuem salários inferiores, fato consolidado pelo sexismo e por vezes assédios em ambientes de trabalho, desestimulando a ascensão feminina em cargos majoritariamente masculinos.   Com base nessa perspectiva, é imprescindível que medidas sejam aplicadas para a reversão do impasse. Primeiramente, é preciso que o Governo desenvolva políticas públicas, tais como o aumento do prazo da licença à paternidade, como forma de instigar homens a ter papel ativo em afazeres domésticos e familiares, a fim de garantir para as mulheres maior disponibilidade para as demandas do mercado. Além disso, é preciso que empresas se comprometam a criar um ambiente inclusivo e meritocrático, de modo a garantir oportunidades igualitárias para ambos os sexos. Assim, os esteriótipos seriam gradativamente mitigados, e a participação feminina mais crescente.