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Enviada em: 10/04/2017

Doenças e transtornos psicológicos ainda são considerados "tabus" por muitos cidadãos. Mesmo com inúmeros estudos mostrando as alterações químicas e fisiológicas que ocorrem no organismo dos portadores, não é raro encontrar, hoje em dia, indivíduos que considerem "frescura" doenças como depressão e ansiedade. A existência de pessoas com esse tipo de pensamento, em pleno século XXI, mostra que esse assunto ainda não é tratado com a seriedade que lhe é devida, e corrobora a necessidade de sua discussão.      Estatísticas da Organização das Nações Unidas (ONU) mostram que cerca de 400 milhões de pessoas no mundo sofrem de transtornos ou doenças mentais. Os números reais ainda podem ser muito piores, visto que os dados da ONU dizem respeito aos casos oficialmente registrados. O diagnóstico desse tipo de doença ainda se mostra muito complicado, visto que muitos doentes não buscam ajuda, com medo de sofrer preconceito por parte de amigos e familiares, ou por acharem que apresentar esse tipo de problema é sinal de fraqueza. Há, também, pessoas que não procuram tratamento por não fazerem ideia de que sua tristeza, cansaço e nervosismo crônicos podem ter fundo patológico.      Entretanto, apesar de todas as dificuldades enfrentadas, o diagnóstico ainda é a parte mais fácil. O tratamento de uma doença mental é algo que pode perdurar por muitos anos, e requer total colaboração e empenho do paciente, o que, muitas vezes, mostra-se uma exigência muito mais difícil do que aparenta. A inevitável exposição do indivíduo ao ambiente que foi o estopim para o desenvolvimento da doença, podendo esse ser seu trabalho ou sua faculdade, ao julgamento de amigos e familiares e a medicamentos que, por vezes, parecem piorar os sintomas já muito desagradáveis, mostram a arduidade do caminho para a cura.       É fundamental, portanto, a quebra do preconceito acerca das doenças mentais. Esse não só atrapalha o diagnóstico, como também dificulta a melhora de indivíduos que, corajosamente, buscaram ajuda e tratamento para sua condição. Os órgãos de saúde devem promover palestras e oficinas em empresas e universidades, que visem esclarecer a seriedade a desse problema, bem como mostrar que não se trata de frescura ou exagero do indivíduo. Essas instituições, por sua vez, devem priorizar a saúde mental de seus empregados e alunos acima de qualquer rendimento, oferecendo assistência àqueles que mostrarem maior tendência a desenvolver algum transtorno, além de não oferecerem cargas horárias e de trabalho exageradas.