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Enviada em: 17/04/2017

Debater para não depreciar      Preconceito, estigmatização e sofrimento são algumas das dificuldades enfrentadas por doentes mentais e por seus familiares. Os agravos psiquiátricos geram limitações de maior ou menor monta, diminuindo a capacidade produtiva dos indivíduos e interferindo no seu convívio social. Estes transtornos são um problema de saúde pública visto que possuem alta taxa de incidência na população adulta e a assistência vem sendo renegada.      Foucault na sua obra "História da loucura" pondera a exclusão sofrida por pessoas tidas como "diferentes". Na atualidade ocorre uma banalização desta temática. Dizer ser bipolar por estar indeciso ou depressivo por estar triste contribui por disseminar um estereótipo equivocado, que é disseminado pela desinformação, culminando com a psicofobia.        Conquistas como a universalização da saúde e as decorrentes da luta antimanicomial conseguiram avanços na saúde, mas o atendimento integral ainda não é realidade. A retirada de pessoas dos hospitais psiquiátricos não garantiu atenção de qualidade. As alternativas ainda são incipientes.      O novo modelo proposto, estruturado pelo CAPS e pelas residências terapêuticas, não conseguem abarcar toda demanda e muitos ainda não possuem recursos humanos e físicos necessários. Soma-se a isto os profissionais de outros níveis de atenção, como a primária e terciária, que não estão aptos para esse tipo de acompanhamento.      Ampla discussão sobre as doenças mentais, portanto, deve entrar na pauta de prioridade. Divulgação feita por mídia televisiva, debate por grupos de alunos e pela sociedade civil contribui para reduzir o preconceito. Ampliação da cobertura dos CAPS e aprovação da lei 216 de 2001, por meio da cobrança da comunidade através das conferências de saúde. E a parceria do Ministério da Saúde e da Educação na ampliação desta temática no currículo da formação dos profissionais de saúde.