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Enviada em: 16/04/2017

Conforme dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), transtornos mentais como depressão e crises de ansiedade afetam mais de 400 milhões de pessoas em todo mundo. No entanto, embora o número de casos seja bastante expressivo, esse problema ainda continua sendo negligenciado e banalizado por uma grande parcela da sociedade. Nesse sentido, destaca-se o debate acerca desse assunto como uma ferramenta importante para divulgação de informações imprescindíveis tanto para a compreensão do quadro e quanto para a busca pelo tratamento adequado.     Em primeira análise, é possível perceber que os assuntos relacionados à saúde mental permanecem estigmatizados no Brasil e no mundo. Nesse cenário, muitos acreditam que problemas envolvendo transtornos mentais não são dignos de cuidado e atenção, como, por exemplo, nos casos que envolvem o diagnóstico de um câncer, oferecendo soluções genéricas que não se aplicam à situação. Dessa maneira, indivíduos que sofrem de transtornos dessa ordem tendem a ignorá-los ou mesmo escondê-los, deixando de buscar ajuda e passando a aceitar que o que lhes afeta é natural. Esse fato é consequência da marginalização de debates e informações acerca de doenças mentais, fundamentais para a compreensão de que é necessário um tratamento adequado.    É fundamental pontuar, ainda, que a banalização de distúrbios psicológicos é um fator para o aumento do problema. É mais comum do que se imagina o emprego coloquial e humorístico de termos como “depressão” e “bipolaridade” em perfis e páginas de redes sociais, fazendo com que doenças mentais percam a sua seriedade e sejam rotuladas como banais. Isso, também provocado pela falta de informações, é outra condição que naturaliza a situação e impende a busca por ajuda, o que agrava o quadro das pessoas que passam por esse tipo de transtorno. Consequentemente, a ausência de tratamento especializado por evoluir para casos de suicídio, que chegam à cerca de 650 mil por ano, como atestado pela revista científica sobre medicina The Lancet.      Fica evidente, portanto, que a divulgação de informações é importante para a identificação do transtorno e seu respectivo tratamento adequado, mas que para tanto requer que a problemática das doenças mentais não esteja invisível aos olhos da sociedade. Dessa maneira, é necessário que as instituições governamentais desenvolvam estruturas de atendimento e acompanhamento com profissionais capacitados para acolher e atender os pacientes e, em parceria com órgãos midiáticos e com a Organização Mundial da Saúde (OMS), promovam a divulgação de campanhas e palestras que exponham como identificar e tratar qualquer transtorno mental. Ademais, as instituições de ensino devem reformular seus currículos e incluir neles pautas e reuniões que discutam o tema e ressaltem a importância da participação efetiva da sociedade civil como um todo no combate ao estigma das doenças psiquiátricas, garantindo os direitos de cidadão de sujeitos que apresentem tais doenças.