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Enviada em: 06/04/2017

Almeida Garret,autor célebre do romantismo português,teorizou que a sociedade, armadas de "barras de ferro",contorce o indivíduo,deixando-o deformado.Fato é que,hoje,as doenças mentais são fatores que ''encarceram'' a diversidade humana.Nesse contexto,a necessidade de debatê-las é indiscutível.    Depressão,distúrbio de ansiedade,síndrome do pânico,transtorno bipolar,esquizofrenia-tais patologias são bastante recorrentes no cenário atual. Elas denunciam uma sociedade,de fato,"doente",pautada no consumo excessivo e no materialismo. O capitalismo, com a Revolução Industrial, provocou a degradação do "ser" em "ter",tornando as pessoas individualistas e viciadas em comprar.Dessa forma, valores essenciais ao homem estão sendo deixados de lado por ele e,cada vez mais,os indivíduos se isolam uns dos outros.Assim,o mundo virtual passa a ter mais importância que o real e as relações interpessoais ficam limitadas ao trabalho e a diálogos rápidos,na maioria das vezes. O convívio e as conversas longas, aos poucos,desaparecem.Sem dúvidas, as relações humanas estão fragilizadas,como salientou o escritor Bauman,no livro "Modernidade Líquida".Então,solitárias e isentas de algumas bases sólidas,muitas pessoas enfrentam doenças mentais por conta desses fatos,principalmente.   Sob essa ótica,deve-se salientar as consequências desse quadro. Os suicídios, a violência e o uso excessivo de remédios concretizam esse "fato patológico", que,como sugeriu o sociólogo Émile Durkheim,é aquilo que destoa da consciência coletiva,prejudicando o cenário social. A medicação de pacientes que apresentam algum tipo de doença mental é tão recorrente,que a compra de sedativos em farmácias é exorbitante.Isso sugere que a sociedade não está preparada para lidar com tais distúrbios,tratando sintomas, e não o que os provocam.Desse modo,o que se vê são indivíduos sedados e isolados. Ou seja,consultas adequadas, melhor educação e mais informações a respeito das doenças poderiam evitar mortes diárias,por exemplo. Não há como negar,então, a necessidade de debater as doenças mentais.   Logo, os distúrbios citados são recorrentes devido a fatores sociais, e precisam ser analisados, para que sejam extintos.Nesse sentido,a  Medicina da Família deve atuar nas comunidades,oferecendo apoio psicológico e psiquiátrico a quem necessite.Além disso, as mídias podem agir,através de campanhas do governo e da própria sociedade,estimulando o convívio e a construção de valores,além de fornecerem melhores informações sobre as doenças. Só assim, a sociedade se livrará das "barras de ferro".