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Enviada em: 07/04/2017

Castigos físicos, eletrochoque, camisa de força. Esses métodos desumanos foram utilizados por muitos anos na história da psiquiatria. Hoje, no entanto, os tratamentos na área da saúde mental evoluíram e são melhores, porém a cidadania dos doentes mentais ainda não é plenamente exercida no Brasil. A marginalização do paciente e o pouco investimento nas políticas de saúde mental agravam esse quadro.                                        Em primeiro plano, é necessário entender que no Brasil o portador de transtornos mentais é estigmatizado. A maior parte das pessoas tem medo e vê o paciente como sem autonomia, agressivo e delirante. Entretanto, grande parte dos indivíduos quando tratados com terapias adequadas, torna-se eficiente para o convívio em comunidade. A mudança do olhar da sociedade para o sofrimento mental reduziria os impactos do preconceito no tratamento.   Ademais, as políticas governamentais para a saúde mental são incipientes para uma demanda crescente de usuários. Os Caps - Centros de Apoio Psicossocial - instituições de base territorial comunitária que foram idealizados pela lei 10.216 como substitutos dos hospitais psiquiátricos, não cumpriram a sua missão. Falta de profissionais especializados, condições físicas e materiais precárias levaram a nova política de atendimento humanizado ao fracasso.      Assim, pode-se perceber que a cidadania do usuário em saúde mental é precária por fatores culturais e de gestão. Para reverter essa situação, é preciso que a mídia televisiva promova campanhas informativas, desmistificando o doente mental.É pertinente, também, que o Ministério da saúde em conjunto com as secretarias de saúde dos municípios aloquem os recursos de maneira eficiente na saúde mental, aumentando as equipes multiprofissionais, criando mais Caps para fortalecer essa política de atendimento centrada na recuperação social do indivíduo. Abandonando de vez o modelo hospitalocêntrico de outrora.