Materiais:
Enviada em: 09/04/2017

Discutir as doenças mentais: contra o preconceito e em prol da saúde           A mente humana é, para muitos, um objeto de estudo fascinante. Certamente, por se saber ainda pouco sobre o funcionamento do cérebro. Do mesmo modo, as anomalias que a atingem são um desafio imposto à medicina. O Brasil é o país com maior taxa de transtorno de ansiedade do mundo e também um das cinco nações do planeta com os mais elevados índices de depressão. O certo é que é fundamental debater as doenças mentais.      O preconceito em torno dessas doenças é o principal fator que exige esse debate. O desconhecimento geral prejudica as interações com os diversos grupos sociais. Nas escolas, nas universidades, no trabalho, a discriminação manifesta-se através da incompreensão e desvalorização dos sintomas. A diminuição da produtividade ou as dificuldades na aprendizagem devido à doença são, por vezes, chamados de "frescura". Decerto, a ausência de discussões sobre essas psicopatologias amplia errôneos julgamentos da sociedade.        A principal consequência positiva dessa discussão é o auxílio no correto diagnóstico e tratamento desses distúrbios psíquicos. A ênfase nesse diálogo induzirá a maior procura por psicólogos e psiquiatras, profissionais capacitados em reconhecer e ajudar em casos de transtornos e síndromes. O receio em procurar esses especialistas vem do preconceito social em reduzir essas patologias sob a alcunha de "loucura", desconsiderando a complexidade e as particularidades das diversas doenças.  Sem dúvida, essa conversação favorece o avanço da medicina psiquiátrica e sua desmistificação.      Ainda no âmbito da saúde psiquiátrica, outra consequência positiva é o incentivo à busca de todos pela saúde mental. O crescimento do número de indivíduos com esses transtornos tem sido exponencial em todo mundo. O bem-estar psíquico é, muitas vezes, menosprezado em relação à preocupação com o físico. O ritmo acelerado das grandes metrópoles, as exigências por metas e as contas a pagar colaboram com esse estado de extresse. Indiscutivelmente, esse debate colabora com a disseminação do ideal de cuidados - também - com a mente.                Portanto, o debate é necessário para romper com estigmas relacionados às doenças mentais. É preciso dar protagonismo a essas discussões. A mídia, ONGs e instituições educacionais devem incentivar e ceder espaço a essas conversações. Assim como, o Governo, através do Ministério da Saúde, deve realizar campanhas de conscientização nos ambientes públicos, além de fiscalizar  processos de diagnóstico e ampliar unidades voltadas ao bem-estar psíquico. Dessa maneira, o Brasil, priorizando a saúde dos seus cidadãos, transforma sua realidade por um futuro melhor.