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Enviada em: 16/04/2017

O sociólogo polonês Zygmunt Bauman define a sociedade atual como líquida, onde as relações são rasas e pouco duráveis. Claro reflexo de tal agrupamento são as doenças mentais, como a depressão e o transtorno de ansiedade, que acometem cerca de 400 milhões de pessoas no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde, a OMS. Embora atinjam um grande contingente, as enfermidades mentais ainda são vistas negativamente pela sociedade, fazendo com que a discussão de tais moléstias seja indispensável para a amenização do problema.  Primeiramente, o debate é necessário para que a sociedade passe a dar a devida relevância às doenças mentais. Os gregos antigos as consideravam como vingança dos deuses e embora séculos separem a atual sociedade da Grécia antiga, nota-se que as doenças mentais ainda são associadas a motivos fúteis, como a falta de religiosidade ou a necessidade de atenção. Por conseguinte, nota-se que apenas cerca de 15% dos afetados buscam tratamento, de acordo com a OMS.  Além da negligência social, o baixo acesso ao tratamento eficaz é outra razão que exibe a necessidade de se discutir o tema. Embora a ação dos Centros de Atenção Psicossocial, os CAPS, tenha realizado avanços, nota-se que o atendimento ainda é ineficaz, principalmente em zonas mais pobres. O estado do Amazonas, por exemplo, conta com apenas 19 dos 1981 centros existentes no país.   Diante dos fatos expostos, conclui-se que a discussão das doenças mentais na sociedade é indispensável. Para que o dilema seja amenizado, cabe ao Ministério da Educação realizar palestras mensais em todas as escolas, públicas ou privadas, sobre os transtornos mentais e suas consequências; é papel da Mídia a realização de campanhas por meio das redes sociais que tragam o tema a tona, bem como cabe ao Ministério da Saúde a criação de pelo menos 1 CAPS em cidades acima de 100.000 habitantes, de modo que as doenças mentais deixem de ser vistas como banalidades e possam receber tratamento eficaz.