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Enviada em: 08/04/2017

Diante de uma sociedade contemporânea frenética, caracterizada pela fragilidade das relações  interpessoais, é imprescindível discutir acerca das doenças mentais e sua repercussão social . Nesse contexto, é imperioso compreender o impacto do trabalho  no agravamento desses distúrbios. É importante, também, analisar o papel determinante da família, como agente cuidador. Além disso, cabe entender, ainda, a repercussão  das políticas públicas, como forma de buscar  caminhos inovadores na relativização dessa problemática.    As relações de trabalho,  dentro modelo capitalista, exigem dos indivíduos cada mais esforços para se manterem no mercado competitivo, isso, sem dúvidas, influência na saúde mental dos trabalhadores. Segundo levantamento feito pelo Instituto Nacional de Seguridade Social  a depressão é a terceira maior causa de afastamento do ambiente laboral e representa 50% dos transtornos mentais que resultam em auxílios doença. Tal situação é agravada, principalmente, pela ausência de condições da maioria das instituições públicas e privadas em fazer um diagnóstico precoce desses distúrbios.   As famílias, por sua vez, embora possuam um papel ímpar no tratamento de indivíduos acometidos por problemas de saúde mental, comumente, assumem uma postura de negação ou rejeição a essa realidade, seja por estigma ou por desconhecimento. De acordo com o Conselho Federal de Serviço Social estima-se que 60% dos pacientes psiquiátricos não sejam aceitos plenamente no seio familiar, levando muitos enfermos a morar em ruas, culminando, fatalmente, na interrupção do tratamento e até no agravando o quadro de saúde.   Outrossim, embora se afirme que houve avanço no campo da saúde mental com o fim o modelo manicomial, em meados da década de 70, a situação das políticas públicas no âmbito da saúde mental são alarmantes, pois o Estado não proporcionou a completa implementação de instituições modernas e adequadas para tratar os enfermos e não criou um modelo de prevenção às patologias  psiquiátricas. Isso é corroborado pela escassez de leitos psiquiátricos nos hospitais e pela dificuldade dos Centro de Apoio Psicosocial (CAPS) em atender integramente seus pacientes.    Discutir sobre as doenças  mentais e suas nuances, no contexto atual, deve,  portanto, ser uma meta prioritária. Para isso é preciso que as empresas estabeleçam programas de atenção a saúde mental de seus  funcionários, através de acompanhamento  periódico feito por uma equipe multidisciplinar. Além  disso,  é necessário que o Estado proporcione, também, as famílias dos enfermos atenção psicossocial, bem como amplie a capacidade de acolhimento dos CAPS, de forma a amparar esses cidadãos historicamentos estigmatizados e garantir, acima de tudo, o direito a dignidades humana.