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Enviada em: 07/04/2017

Louquinho, maluco, estranho, depressivo. Esses são títulos atribuídos a, aproximadamente, 20% das pessoas que sofrem ou sofreram algum distúrbio psíquico na população mundial. Diante dessa realidade, torna-se necessário retirar as doenças mentais do campo do mito para o campo da razão, dando-as evidência e amenizando o caráter etnocêntrico que é usado contra as psicopatias. Dessa forma, é imprescindível debater sobre as doenças mentais.  É necessário esclarecer, primeiramente, qual tipo de transtorno mental está sendo analisado. Isso se se explica, pois, devem-se distinguir os transtornos que envolvem fundamentos bioquímicos crônicos, como a esquizofrenia, daqueles que são frutos, na maioria das ocorrências, de fatores sociais, como a ansiedade gerada por eventual sobrecarga, que conduz à síndrome do pânico. Dessa maneira, uma vez diferenciado o mal, o debate e esclarecimento a respeito dos sintomas será amenizado e melhor compreendido ao mostrar que para todos há uma linha de tratamento, tornando-os mais populares ao minimizar valores ortodoxos.  O preconceito histórico acerca do reconhecimento e aceitação de distúrbios da mente é evidente. Tal panorama se mostra desde Freud, ao tentar desmistificar a histeria, à Nise da Silveira, que quebra com os métodos ortodoxos ao introduzir a terapia ocupacional em esquizofrênicos, e, ambos os médicos, são hostilizados pela própria classe médica. Assim, os valores judaico-cristãos, que prezam a sanidade com propósito da obediência, e a confissão de estar sem autocontrole como demonstração de fraqueza, transpõem à sociedade a dificuldade em assumir tais mazelas, as quais se tornam cada vez mais comuns devido à alta demanda física e emocional que trouxe a contemporaneidade.  Portanto, a necessidade do debate público quantos às doenças mentais é de extrema valia. Então, em curto prazo, cabe ao Governo Federal junto ao Ministério da Saúde, por meio de campanhas televisas em rede aberta, financiar curtas propagandas padrões em horário nobre, as quais mostrem a normalidade em possuir uma doença mental e o caminho para o tratamento gratuito em centros de psicologia e psiquiatria das universidades públicas. Já em médio e longo prazo, será interessante o Ministério da Educação incluir no material didático do Ensino Fundamental a explicação de cada doença, deixando os alunos mais abertos e sem preconceito a uma futura busca de ajuda, porém, para isso, também deverá ser realizado a capacitação dos professores, fora do período letivo, para uma melhor exposição da pauta.