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Enviada em: 30/04/2017

Mia Couto reflete que "nunca o nosso mundo teve ao seu dispor tanta comunicação e nunca foi tão dramática a nossa solidão", alertando para uma evolução socioeconômica desenfreada que adoece os brasileiros, pois há uma alta e preocupante incidência de doenças mentais na população, além de elas serem negligenciadas pela sociedade.   Esses distúrbios, conhecidos como "Mal do século", afetam silenciosamente a população - já afetando 51,9% dos pacientes das unidades de saúde da família do RJ, de acordo com a Fio Cruz. Essa alta incidência, paradoxalmente, é pouco conhecida, devido ao diagnóstico precário e à demora do paciente para procurar ajuda, já que muitas vezes o próprio não se reconhece como doente. Tal situação dificulta a detecção da amplitude do problema, que ainda é agravado pela rotina indivualista, advinda do capitalismo, a qual vai de contramão à natureza social coletiva do ser humano.       Além das causas socioeconômicas, os distúrbios mentais do séc. XXI são negligenciados e banalizados pela sociedade, como se observa na falta de atendimento especializado em hospitais públicos e também na internet, onde páginas como "Graduação da Depressão", no Facebook, fazem piada com a doença. Dessa forma, o paciente fica desamparado, além de sofrer preconceito até mesmo por parte da família, quando o distúrbio é comparado à "tristeza sem motivo" ou "frescura".       Assim, a evolução socioeconômica desenfreada adoece os brasileiros, por isso, é importante conscientizar a população sobre o problema dos distúrbios mentais atuais, com campanhas publicitárias nas mídias, incluindo nelas palavras de psciólogos e de pacientes em tratamento, para diminuir o preconceito e encorajar outras pessoas a procurar ajuda. Além disso, o MS deve implementar um programa de controle dessas doenças oferecendo á população psicólogos e psiquiatras atendendo nas UPAS e hospitais, para que ela tenha onde procurar auxílio. Com tais medidas, a sociedade passa de vítima à impulsionadora do progresso.