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Enviada em: 14/06/2017

A doença que era e não é  O mal do século foi atualizado, o que era ansiedade, passou a ser depressão, isto significa que uma doença mental foi trocada por outra. A sociedade vem caminhando a passos largos no quesito desenvolvimento biotecnológico, entretanto, o campo biopsicossocial é pouco explorado, o que resulta em seres humanos cada vez mais psicodependentes de drogas ou felicidades momentâneas. O mundo contemporâneo valoriza o individualismo e não respeita as particularidades de cada ser.  O sociólogo Zygmunt Bauman defende, na obra "Modernidade líquida", que o individualismo é uma das principais características – e o maior conflito – da pós-modernidade, e, consequentemente, uma parcela da população tende a ser incapaz de tolerar diferenças. Esse prolema gerá conflitos no Brasil, onde espera-se do indivíduo determinados padrões impostos pela sociedade, ditando o que dever-se-ei fazer. Quando o cidadão desvia do senso comum, há a possibilidade de frustração, uma vez que abre espaço para a coerção social, resultado em um indivíduo reprimido e vulnerável para doenças mentais.  A banalização das doenças mentais, inferioriza o problema. Tratar de forma lúdica estas doenças, faz com que o paciente não receba a devida atenção. Não obstante, encontra-se o câncer, doença esta que, há uma seriedade no cuidar e um profundo respeito ao paciente que enfrenta o tratamento. Correlacionar doenças que não há cura e que levam o paciente a óbito, certamente traria benefícios aos pacientes que passam por um momento de verdadeira superação e muitas vezes de aceitação.  As doenças mentais, por não apresentarem sintomas físicos evidentes, e por serem de difícil compreensão, além de um tratamento repetitivo, onde o indivíduo necessidade expor sua história de vida, gera um desconforto tanto da parte do paciente, quanto do profissional. A falta de profissionais capacitados e com disponibilidade de tempo, dificulta o bem estar destes pacientes. A fragilização do doente, vira uma bola de neve, tencionando ao isolamento social, pois, normalmente quem está ao redor deste paciente, não entende as necessidades dele, e entende como "fraqueza", o estado em que encontra-se.  É necessário desconstruir a banalização das doenças mentais, por meio de debates acerca do tema nas redes sociais. A mídia pode por sua vez, criar campanhas, que informem sobre o que é, e como não agir com relação a pacientes que apresentem alguma patologia mental. As telenovelas, exercem papel fundamental na construção do pensamento coletivo, e a inserção de personagens com doenças mentais, que visem, transmitir a realidade vivida por estes pacientes, propicia aos espectadores entender as dificuldades enfrentadas por esta parcela da população que é tão mal compreendida.