A necessidade de debater as doenças mentais. Aristóteles, discípulo de Platão, considerado Grego (embora nasceu na Macedônia) conversava com as pessoas na pólis para debater e definir através de uma análise crítica e intuitiva, o pensamento filosófico da época. Todavia, o mesmo filósofo por ser considerado traidor, aceitou pacificamente do rei, uma sentença de condenação e conversando com seus seguidores, tranquilamente praticou o suicídio ingerindo perante eles, o "xarope da morte". Sendo assim, podemos afirmar que os transtornos mentais podem atingir qualquer celebridade, são antigos quanto aos homens, atinge proporções imensuráveis, são deletérios, graves e mórbidos. Por isso, a causa genética e os fatores ambientais são determinantes nesse contexto. Portanto, não devemos apenas compreender e respeitar essa condição, mas debater para amenizar a situação; a banalização do assunto pela sociedade não parece ser o mais preocupante, mas a negligência e omissão dos governos. Dessa maneira, o aumento da prevalência dessas doenças tem preocupado a ONU (Organização das Nações Unidas), que estima em 400 milhões de pessoas no mundo que sofrem desse mal, com um agravante: apenas 25% desse contingente têm acesso ao tratamento adequado. Vale pontuar que no Brasil, o problema não é diferente. Segundo o Ministério da Saúde, aproximadamente 25 milhões de pessoas estão seriamente doentes, milhares consideradas graves, sem prognóstico, sem perspectiva de melhora ou cura. Além de esquizofrênicos, oligofrênicos, compulsivos e sindrômicos (pânico), só a depressão atingiu mais de 10 milhões de cidadãos. Assim caminha a humanidade, em decadência. Nos últimos dez anos, mais de 30 hospitais psiquiátricos foram fechados e não justifica o argumento, que o modelo assistencial em saúde mental sofreu mudanças para melhorar, transferindo às Unidades Básicas de Saúde e CAPs (Apoio ao paciente psiquiátrico), a responsabilidade para tratar dessa população. O resultado é a insatisfação da classe médica, das famílias, dos indivíduos, o evidente crescimento de casos e queda de qualidade de vida. Portanto, a população deve se mobilizar e debater o assunto; exigir das autoridades que mudem urgentemente o modelo assistencial, respeitando os direitos dos indivíduos portadores de transtornos mentais. O Governo deve fazer novas leis e regulamentar as que estão engavetadas (Lei nº 10.216 de 2001), que contemplam essas doenças com seriedade pelo impacto e sequelas que podem acarretar. O Ministério da Saúde precisa voltar o foco para a saúde mental com brevidade, o do Desenvolvimento Social proporcionar condição digna de sobrevivência aos homens como de fato um ser social e o MEC, educar para respeitar. Como dizia o sociólogo Emmanuel Conte: o homem é o que a educação faz dele.