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Enviada em: 24/08/2017

Relações fluidas. É assim que o sociólogo Zygmunt Bauman define a forma como os indivíduos se relacionam com seus semelhantes e o ambiente. A ausência de profundidade no contato interpessoal cria um extremo vazio emocional, aumentando o número de casos de psicopatologias, tornando-se indispensável a discussão acerca desse tema.       Em primeiro lugar, é importante deixar claro que doenças mentais não são "frescura". Infelizmente, é essa visão retrógrada que muitas pessoas ainda têm devido à falta de informação. Acresce que a quantidade de pessoas que não conseguem assumir que sofrem de transtornos mentais por causa do tabu é absurda. Consequentemente, não procuram ajuda profissional e a tendência é que a doença evolua para estágios mais graves.       Além disso, é difícil identificar transtornos mentais, especialmente porque sintomas como ansiedade, baixa auto-estima, mudanças de humor, entre outros são dores psicológicas e não físicas. Contudo, a maioria das doenças mentais não tem cura, apenas tratamentos paliativos que exigem acompanhamento médico pelo resto da vida. Portanto é necessário discutir abertamente esse tema, pois, inclusive, artistas como o Roberto Carlos e o padre Fábio de Melo sofrem de alguma psicopatologia e apesar de terem acesso aos melhores tratamentos tem dificuldade de lidar com esse problema.       Debater sobre as doenças mentais é essencial, especialmente numa sociedade líquida, pois somente com a real compreensão dessas patologias é possível que as pessoas busquem tratamento e não sejam estigmatizadas pela sociedade. Logo, é preciso ampliar o espaço de discussões na escola e no trabalho por meio de palestras com psiquiatras, abordando sobre as principais doenças mentais, sintomas e como tratá-las. Além disso, cabe a mídia a função de debater esse tema em reportagens ou bate-papos com famosos e outros portadores de psicopatologias, visando acabar com o tabu e trazer à tona esse problema tão presente na sociedade. Destarte, será possível acabar com o senso comum e dar o real importância para quem sofre de alguma doença mental.