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Enviada em: 06/03/2019

No ano de 1992, denúncias de corrupção destituiram o primeiro presidente eleito após a Ditadura Militar. Tal fato, entretanto, ocorreu com a pressão da opinião pública após largas marchas de jovens contra Fernando Collor, esses conhecidos como "cara-pintadas". Tal episódio, como outros, denotam a importância do jovem na construção de uma sociedade propositiva, em especial por seu caráter revolucionário e questionador. Entretanto, a imagem da juventude arreigado no imaginário popular é de indivíduos problemáticos e que carecem de entendimento do mundo atual, visão extremamente equivocada e que ainda desencoraja um papel maior desta faixa etária no poder.        Primeiramente, cabe entender o porque jovens ainda carecem de crédito no país. Com o caráter questionador, o jovem foi associado à figura de desordeiro, em especial durante o Regime Militar, que vigorou entre 1964 à 1985. A principal evidência desse pensamento foi a influência de Ernesto Che Guevara, revolucionário que atuou na Revolução Cubana em 1959 e que mostrou ao mundo o poder que jovens podem ter na transformação social. Embora constituam um terço da população nacional, segundo dados recentes do IBGE, indivíduos entre 16 e 33 anos continuam pouco representados, embora a situação esteja em mudança, ainda que em ritmo lento.        Ademais, na nova situação econômica das famílias brasileiras, crianças e adolescentes estudaram mais, e esses, com mais instrução, adquirem uma maior percepção da realidade, em especial após a maioridade. Pesquisas do Instituto Datafolha confirmam o auto grau de insatisfação destes com a situação política no país, especialmente no quesito corrupção, tema no qual o instituto apontou que 51% acusam como um dos três maiores problemas do Brasil . Percebe-se, especialmente na era das redes sociais, um crescimento de lideranças jovens em diversas ideologias, seja Kim Kataguiri do MBL à direita ou Carina Vitral, presidente da UNE, à esquerda. Essa maior mobilização, bastante sadia, mostra a força dos mais novos numa política considerada velha.        Diante do exposto, percebe-se a emergência da nova geração que não tolera o alto grau de corrupção e preconceito etário. A força dela demonstrada nos protestos dos cara-pintadas quer crescer e expandir sua influência. Para isso, é necessário incentivar sua participação na instigação do pensamento crítico. Por isto, é de suma importância que aulas de filosofia e sociologia estejam presentes desde o Ensino Primário e não apenas no Ensino Médio, como atualmente. As aulas devem apresentar assuntos que motivem debates, em especial no campo da antropologia e da política. Sabe-se que o senso de cidadania é construído gradualmente e constroem jovens que lutarão por uma nação exitosa na superação das mazelas sociais brasileiras.