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Enviada em: 08/03/2019

A mudança é a única constante do mundo, já dizia o filósofo grego Heráclito. Hodiernamente, essa verdade é ressaltada ao observar a onda de novos acontecimentos das sociedades atuais, mesmo que alguns tenham um "velho" fundamento, como o racismo e opressão, por exemplo. Vivendo essa movimentação constante, situa-se a juventude, que ocupa um papel fundamental em mudar ou manter a inércia política e social.       Existe uma grande divergência de opinião em qual deveria ser o papel do jovem nos debates da atualidade. Por exemplo, Olavo de Carvalho, autointitulado filósofo e grande influencia na ideologia do atual ministro da educação, apontou, em entrevista, que não deveria-se ter história, sociologia ou literatura no ensino médio pois as "crianças" só deveriam ser apresentadas ao mundo ao se tornarem maiores de idade. Por outro lado, há aqueles que acreditam que, se diversos casos como o de Marcus Vinicius, criança  periférica que foi assassinado por um policial ao sair da escola, acontecem a todo momento, é necessário a mobilização desta juventude para mudar esta realidade que os atingem.      Consoante a segunda visão, Che Guevara diz que ser jovem e não ser revolucionário é uma contradição genética, afirmando que a juventude é o mediador da sociedade, pois ela vive na cultura, sofrendo com o status quo, porém ainda não foi tão alienada pelos dogmas sociais, como os mais anciões, e então consegue desconstruir com mais facilidade fatos sociais que são, em sua realidade, opressões constantes. Com a tecnologia, os fatos opressores tem sido apresentados mais frequentemente, gerando uma maior mobilização organizada dessa faixa etária, o que é observado com o grande surgimento de novos movimentos estudantis nas últimas décadas e seus direitos alcançados, como o ProUni, gratuidade estudantil etc.        Perante o exposto, como não pode-se negar a cruel realidade aos jovens, é inegável  a importância do Estado de dar espaço de fala a esses jovens, para impedir pessoas como Olavo de Carvalho, que  defende afinco a inércia da juventude, de serem o porta-voz deles. Para tanto, é sugerido que o Judiciário promova mais sessões de ouvidoria aos movimentos da juventude -como o Juntos, Levante da Juventude, AERJ, entre outros-  para que a constante mudança da sociedade não seja opressora, e sim libertadora, melhorando as condições para os futuros jovens que, por sua vez, também lutarão contra o status quo.