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Enviada em: 09/03/2019

O período da Ditadura Militar (1964 – 1985) caracterizou-se principalmente, pela falta de democracia, supressão de direitos constitucionais, censura e perseguições. Atualmente, temos um regime contrário a esse, a democracia, caracterizada pelo poder do povo, porém, grande parte dos jovens – que representam um terço do eleitorado brasileiro, mais de 40 milhões de pessoas – acredita que “política é coisa de velho” e não se interessa em participar do regime, seja por não saber de fato a importância da política, seja por não ter uma instrução educacional nesse sentido.         É relevante abordar, primeiramente, que a presença dos jovens na política é essencial. Segundo Nick Couldry, sociólogo inglês, a presença de todas as “vozes” importa para a criação de uma democracia verdadeira. Dessa forma, ao contrário da ditadura, os vários grupos sociais devem estar presentes no espaço e no debate político e público, pois a polifonia é primordial para a plena democracia. Porém, o Brasil, com poucos jovens nesse meio, patina na continuidade da velha política, não registrando renovação de costumes políticos; ao contrário, trilhando caminhos da perpetuação. Logo, é necessário que os jovens brasileiros assumam seu papel perante a democracia para que o país não atenda apenas aos interesses de uma minoria e o poder de decidir não se restrinja a poucos, como na Ditadura Militar.         Em decorrência disso, cabe analisar o papel da escola na inserção dos jovens na política. Por ser extremamente conteudista, voltada a ensinar somente a matéria que é cobrada em provas, a escola está formando alunos passivos diante dos problemas sociais. No campo da política, eles podem ser considerados analfabetos, uma vez que não ouvem, não falam e nem participam dos acontecimentos, sendo este, para o poeta Bertolt Brecht, o pior tipo de analfabeto. Destarte, é preciso mudar essa realidade através da inserção do letramento político nas escolas, tratando a política como uma prática social. Dessa maneira, existe urgência em se fazer um fortalecimento da educação política sob o risco de se fragilizar os avanços sociais tão duramente conquistados após o regime militar.         Portanto, é necessário que o Estado tome providências para reverter o quadro atual. Para conscientização dos jovens brasileiros a respeito do problema, urge que o MEC implante, por meio de modificação na Base Nacional Comum Curricular a disciplina de letramento político - no Ensino Médio, além dos níveis fundamental e infantil – ministrada por professores de política e economia, incluindo palestras abertas à comunidade. Somente assim será dado um passo fundamental para que se repense o futuro da política, criando uma sociedade mais saudável e democrática.