Materiais:
Enviada em: 14/03/2019

As problemáticas que envolvem a participação política do jovem no Brasil contemporâneo são, até para os olhos menos atentos, umas das maiores adversidades da atual sociedade. Com a evidente crise social, política e econômica pela qual passa o país, a participação de juventude é imprescindível, pois, assim como foi no passado com as Diretas Já, movimento em que os estudantes tiveram papel fundamental para a eleição de Tancredo Neves após vinte e um anos de regime militar, por exemplo, essa faixa etária tem um papel crucial nas transformações politico-sociais nacionais ocorridas no Brasil. Nesse sentido cabe a análise de duas direções: o preconceito atual contra os jovens brasileiros e a falta de acesso a uma educação de qualidade que trate adequadamente do tema.    Ao partir dessa realidade, o prejulgamento feito contra a juventude brasileira corrobora de maneira significativa para a problemática. Com o advento das tecnologias, os jovens passaram a ficar mais tempo em computadores e celulares, o que criou a ideia de que esses são, em sua totalidade,alienados, classificação errônea e que prejudica ainda mais o cenário político brasileiro. Retrato dessa problemática são os dados apresentados pelo Tribunal Superior Eleitoral, os quais mostraram que apenas 2% dos candidatos à eleição de 2014 são considerados jovens, desinteresse esse que vem desde os anos de 1990.    No mesmo viés, está a falta de acesso a uma educação de qualidade que valorize os conceitos ligados a cidadania. Ainda inseridos em um modelo de educação engessado, onde as matérias são ensinadas da mesma forma que a décadas atrás, de modo a não acompanhar as tecnologias e atualidades recentes, os alunos brasileiros não aprendem como funciona a conjuntura administrativa atual do país, de forma a não entenderem que participação política não se baseia apenas no voto, mas também em cobrar dos parlamentares e chefes do Executivo o cumprimento de promessas feitas durante a campanha, por exemplo. Logo, a ideia de Aristóteles, que diz que o homem é um animal político por ser dotado da razão e do discurso, não é válida no Brasil, já os jovens brasileiros cada dia menos fazem-se valer dessa condição enunciada por ele quando falamos de política.      Desse modo, cabe ao Ministério Público Federal a criação de políticas publicas afirmativas, por meio, por exemplo, da criação de "cotas" para jovens nos partidos políticos, de modo a buscar uma maior participação dessa faixa etária na política brasileira e também a levar novas visões para o Congresso Nacional. Ademais, cabe ao Ministério da Educação incentivar as escolas à abordar questões políticas em sala de aula, de modo a oferecer aos alunos conhecimento da estrutura política brasileira, com a finalidade de mostrar as várias formas de participação política existentes e como essas são essenciais.