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Enviada em: 04/04/2019

“Eles venceram e o sinal está fechado para nós que somos jovens”. Belchior, compositor que viveu o regime militar no Brasil, relata em sua letra a censura e a descrença existentes nesse período. Com o fim da ditadura e a reconquista da democracia, houve a promulgação de uma nova Constituição Federal, que, por sua vez, garantiu ao povo Brasileiro a liberdade de expressão e a participação política, através do sufrágio universal. Atualmente, jovens de 16 a 18 anos possuem o voto facultativo e, após, passa a ser obrigatório. Assim, a participação política dos jovens brasileiros é imprescindível para a democracia nacional, porém, há cada vez mais engajamento nas ruas e menos presença nas urnas.         Em princípio, verifica-se uma grande desesperança dos jovens com o atual cenário político brasileiro. Uma vez que o país está imerso em diversos casos de corrupção, junto à crise econômica-social, é perceptível menor participação dessa parte populacional no momento do voto. Segundo o Tribunal Superior Eleitoral, houve uma queda de mais de 14% de pessoas entre 16 e 18 anos da votação de 2014 para a de 2018. Visto que essa população representa uma porcentagem significativa do eleitorado nacional, em um futuro, eles serão os responsáveis por garantir a representatividade da Democracia Indireta brasileira. Dessa forma, há uma necessidade de despertar o “animal político” existente em cada um e corroborar com a teoria Aristotélica, a fim de visar o bem comum.         Por outro lado há outra porcentagem dos jovens que ratifica a tese de Aristóteles, demonstrando seu desejo por mudança. Isso pode ser verificado nas diversas manifestações e protestos que ocorrem nos dias de hoje. Por conseguinte, o país, por diversas vezes, se deparou com o efeito causado por esses atos políticos, como as manifestações de 2013, que culminaram no Impeachment da então presidenta Dilma Rousseff. Assim sendo, existe outra forma de engajamento político a vista dos jovens, porém, o grande despreparo das forças policiais perante a essas situações e os atos de violência de grupos opositores acabam por trazer o perigo à tona.         Logo, é inegável que a democracia se faz por todos, inclusive pelos mais novos, mas ainda há necessidade de uma educação política para que esses possam ter equilíbrio racional em sua escolha. Então, há uma necessidade de a Escola abandonar o ensino conservador tradicional e inserir em seu currículo o ensinamento político, a fim de despertar interesse nos alunos, por meio de debates e argumentações, para garantir futuros adultos conscientes. Além disso, o Estado deve garantir a segurança e a liberdade de manifestação, assegurada na Constituição Federal, realizando treinamento dos policiais que cobrem tais atos, para que, por fim o sinal nunca mais esteja fechado para os que são jovens.