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Enviada em: 16/05/2019

“Eles venceram e o sinal está fechado para nós que somos jovens”. Belchior, compositor que viveu o Regime Militar no Brasil, relata em sua letra a censura e a descrença existentes na Ditadura. Com o fim desse período e a reconquista da democracia, houve a promulgação de uma nova Constituição Federal que, por sua vez, garantiu ao povo Brasileiro a liberdade de expressão e a participação política, através do sufrágio universal. Atualmente, jovens de 16 e 17 anos possuem o voto facultativo, que após os 18 anos, passa a ser obrigatório. Assim, atualmente é imprescindível a participação política dos jovens, mas essa tem se restringido cada vez mais ao engajamento nas ruas e menos presença nas urnas.  Em princípio, verifica-se uma grande desesperança dos jovens com o atual cenário político brasileiro. Uma vez que o país está imerso em diversos casos de corrupção, junto à crise econômica-social, é perceptível menor participação popular no momento do voto. Segundo o Tribunal Superior Eleitoral, houve uma queda de mais de 14% dos votos facultativos das eleições de 2014 para as de 2018. Como consequência, em um futuro, essa porcentagem significativa do eleitorado nacional será responsável por garantir a representatividade da Democracia Indireta em que o Brasil está inserido. Dessa forma, há uma necessidade de despertar o “animal político” existente em cada um e corroborar com a teoria Aristotélica, de que todo homem é um ser político por natureza, a fim de visar o bem comum.  Por outro lado, há outra porcentagem dos jovens que ratifica a tese de Aristóteles, demonstrando seu desejo por mudança. Isso pode ser verificado nas diversas manifestações e protestos que ocorrem nos dias de hoje, engajados, principalmente, pelas redes sociais. Por consequência, o país, por diversas vezes, se deparou com o efeito causado por esses atos políticos, como as manifestações de 2013, que culminaram no Impeachment da então presidenta Dilma Rousseff. Assim, existe outra forma de engajamento político à vista dos jovens, porém, o grande despreparo das forças policiais perante a essas situações e os atos de violência de grupos opositores acabam por trazer o perigo à tona.  Logo, é inegável que a democracia se faz por todos, inclusive os mais novos, mas ainda há necessidade de uma educação política para que esses possam ter equilíbrio racional de escolha. Então, cabe ao Ministério da Educação abandonar a forma de ensino conservador tradicional e inserir nos currículos escolares o ensinamento político, para despertar engajamento dos alunos, por meio de debates e argumentações em sala de aula, garantindo futuros adultos conscientes. Além disso, o Estado deve garantir a segurança e a liberdade de manifestação assegurada na Constituição Federal, realizando treinamento dos policiais que cobrem tais atos, para que, por fim, o sinal nunca mais esteja fechado para os que são jovens.