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Enviada em: 02/08/2019

É possível, por intermédio da linguagem simples e coloquial do poema "Tinha uma pedra no meio do caminho", de Carlos Drummond de Andrade, fazer uma analogia a respeito da pouca efetividade participativa do jovem na política. Sob tal paridade, entre o escrito poético e a realidade vigente, constata-se, que a problemática atua e repercute no cotidiano dos brasileiros como um verdadeiro obstáculo social a ser superado. Contudo, percalços como a corrupção e a forma de engajamento cívico atual dificultam o sobrepujar dessa adversidade.                De início, é importante pontuar que o Estado tem papel fundamental na superação desse revés. Segundo Aristóteles, o Governo deve, acima de tudo, garantir o bem-estar da sociedade. Porém, por vezes, observa-se que o país é constantemente bombardeado por escândalos de corrupção, os quais contribuem para formação de uma sociedade afastada e, consequentemente, indiferente aos assuntos políticos. Além disso, os jovens, devido ao agir corrupto dos governantes, criam uma visão pessimista sobre o que é a política e acabam, em alguns casos, se omitindo de exercer o seu direito cívico. Esse afastamento é evidenciado mediante a pesquisa realizada pelo  Instituto Datafolha, no ano de 2017, em que mais de 60% dos brasileiros dizem não confiar no Congresso e em  partidos políticos. Dessa forma, medidas são necessárias para reverter a situação atual.                Ademais, a pouca efetividade da participação política dos jovens contribui para a acentuação da problemática. Consoante aos ensinamentos de Jürgen Habermas o debate livre e racional entre os cidadãos e o Estado proporciona à sociedade não só melhorias sociais, como também a criação de políticas assistencialistas e assegura principalmente a inclusão social. No entanto, para que o debate, citado por Habermas, se desenvolva é imprescindível que a população, sobretudo os jovens, tomem ciência de que o ativismo político eletrônico e suas reivindicações possuem suas debilidades e que a internet precisa ser usada como uma ferramenta capaz de gerar inclusão e democratizar o saber a respeito do conhecimento político.                 Conclui-se, diante do exposto, que questão da pouca efetividade participativa do jovem na política ainda é um problema a ser resolvido. Sendo assim, com a finalidade de minimizar esse mau, urge que o Ministério da Educação, por meio da captação e excelente otimização dos recursos enviados pelo Estado, promova palestras em escolas públicas, que devem ser ministradas por autoridades no assunto, com o intuito de informar aos jovens a importância e os benefícios sociais que o engajamento cívico proporciona à sociedade. Ainda assim, parte da verba deverá ser aplicada na criação de ouvidorias públicas com o objetivo de facilitar o diálogo entre a população e o Governo.