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Enviada em: 21/06/2019

Em maio de 2019, cerca de 200 cidades brasileiras se mobilizaram contra o contingenciamento de verbas destinadas à educação, incluindo as capitais do sudeste como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Pelo país inteiro houve protesto, sobretudo de jovens que foram às ruas reivindicar os seus direitos de uma educação pública e de qualidade. Nesse episódio pode-se observar a participação política dos jovens no Brasil contemporâneo que apesar de serem engajados, sofrem com a falta de representatividade política, e isso deve ser debatido.    O senso comum insiste em afirmar que os jovens brasileiros no contexto atual no geral têm certa aversão à política. De certo modo, essa apatia está diretamente vinculada aos partidos políticos e diversos escândalos de corrupção envolvendo pessoas de cargo público. Contudo, observa-se que os jovens estão gradativamente mais interessados por questões políticas a fim de mudar o cenário do país. Com a facilidade de acesso à informação pela internet hoje em dia, a juventude tem procurado conhecer o contexto político e se posicionar, além de debaterem questões como educação, segurança e saúde nas redes sociais. Nas manifestações populares que ocorreram no Brasil nos últimos anos, grande parcela dos participantes era composta de jovens e essas serviram para mostrar a capacidade de organização desses pela internet. Logo, a partir de debates em espaços virtuais, passeatas, e manifestos em meios físicos, os jovens vêm mostrando sua capacidade de engajamento político.   Contudo, esse engajamento tem um grande desafio: a população jovem não se sente representada politicamente. No contexto contemporâneo, o Brasil têm heranças patriarcais, uma vez que é governado majoritariamente por homens mais velhos. O problema da falta de pluralidade nas tomadas de decisões públicas é que questões e posicionamentos dos jovens são colocados em pautas secundárias, não trazendo ideias inovadoras e que levem a mudanças concretas, passando a impressão de que políticos eleitos defendem apenas os próprios interesses. Sendo assim, a falta de representatividade política expressa a decepção com as pessoas que estão no poder e a forma que as decisões políticas.   Torna-se claro que a participação política dos jovens está em ascensão, e o problema enfrentado precisa ser resolvido. Os jovens devem votar conscientemente, estudando os candidatos a fim de escolher aqueles que melhor representam seus interesses, além de acompanhar o mandato dos eleitos através de plataformas digitais, certificando-se que promessas feitas ao longo das campanhas serão cumpridas. Os políticos por sua vez podem ampliar discussões nas redes sociais como Facebook e Twitter, com objetivo de debater propostas de maneira direta com o público-alvo no meio em que eles são mais ativos, com a finalidade de os políticos eleitos prestarem contas aos seus jovens eleitores.