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Enviada em: 26/06/2019

Em maio de 2019, cerca de 200 cidades se mobilizaram contra o contingenciamento de verbas destinadas à educação, incluindo capitais do Sudeste, como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Pelo país inteiro houve protestos, sobretudo, de jovens que foram às ruas reivindicando os seus direitos de uma educação pública de qualidade. Nesse episódio pode-se observar a participação política do jovens no Brasil contemporâneo que, apesar de serem engajados, sofrem com a falta de representatividade política, e isso deve ser debatido.    O senso comum insiste em afirmar que os jovens brasileiros atualmente, no geral têm certa aversão à política. De certo modo, essa apatia está diretamente vinculada aos partidos políticos e diversos escândalos de corrupção envolvendo pessoas de cargo público. Contudo, observa-se que os jovens estão gradativamente mais interessados por questões políticas a fim de mudar o cenário do país. Com o fácil acesso à informação proporcionada pela internet, a juventude tem procurado conhecer o contexto político e se posicionar, além de debaterem questões como educação e segurança nas redes sociais. Nas manifestações populares que ocorreram no Brasil nos últimos anos,  grande parte dos participantes era composta de jovens, segundo dados da Polícia Militar e essas serviram para mostrar a capacidade de organização desses pela internet. Logo, a partir de debates em espaços virtuais e manifestos em meios físicos, os jovens vêm mostrando sua capacidade de engajamento político.   Contudo, esse engajamento tem um grande desafio: a população jovem não se sente representada politicamente. No contexto contemporâneo, o Brasil tem heranças patriarcais, uma vez que é governado majoritariamente por homens mais velhos. O problema da falta de pluralidade nas tomadas de decisões públicas é que questões e posicionamentos dos jovens são colocados em pautas secundárias não trazendo ideias inovadoras e que levam a mudanças concretas, passando a impressão que os políticos eleitos defendem apenas os próprios interesses. Sendo assim, a falta de representatividade política expressa a decepção com as pessoas que estão no poder e a forma que as decisões são tomadas.   Torna-se claro que, a participação política dos jovens está em ascensão, e o problema enfrentado precisa ser resolvido. O Ministério da Educação pode através da matéria de Sociologia não só ensinar a importância da política, mas também ensinar e incentivar os jovens a votarem em candidatos estudados previamente, que representem seus interesses, pois o voto consciente é um forte instrumento de mudança política e social. Os políticos, por sua vez, podem trazer debates para o ambiente virtual, como nas redes sociais Facebook e Twitter, criando "chats" periodicamente, afim de debater e avaliar propostas diretamente com os jovens no meio em que eles são mais ativos.