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Enviada em: 02/07/2019

Embora, por muitos séculos, a política no Brasil tenha se caracterizado como excludente, principalmente em relação à mulheres, negros, analfabetos e população de condições financeiras baixas, atualmente, o voto - um dos mais importantes poderes de um cidadão - é facultativo aos indivíduos com idade de 16 e 17 anos e obrigatório aos maiores de 18. No entanto, a situação precária de escândalos de corrupção e desonestidade na política brasileira, bem como a falta de atenção à juventude brasileira faz com que haja uma séria problemática de desinteresse de grande parte desses indivíduos por essa questão.       Sob esse viés, mostra-se visível que a frustração da juventude do país, em meio a inúmeros casos de crimes políticos, é um do principais motivos do afastamento e desvalorização dos jovens por esse assunto. Ou seja, a carência de atenção governamental a esses cidadãos, que são considerados o futuro da nação, faz com que a quantidade de eleitores de 16 e 17 anos seja baixa, porquanto não há, tanto em aspectos sociais quanto econômicos, a inclusão efetiva desses indivíduos. Como consequência disso, entre os anos de 2014 e 2018, período em que veio a públicos os escândalos da Operação Lava Jato, o número de pessoas com voto facultativo reduziu em 0,2 milhão, de acordo com dados do cadastro eleitoral divulgado pelo STF (Supremo Tribunal Federal).       Ainda nesse aspecto, torna-se necessário maior investimento por parte do Estado em ações que desenvolvam nos jovens maior interesse pela política, porquanto, segundo o filósofo Aristóteles "O homem é por natureza um animal político". Isto é, visto que, conforme afirmação do pensador, se trata de um tema essencial à construção social do ser humano, a elaboração de projetos que visem despertar na juventude a valorização de assuntos políticos é indispensável para a formação de um cidadão crítico. Analogamente a isso, um exemplo a ser considerado é o lançamento do documentário "Democracia em Vertigem", que aborda o passado político do Brasil e o relaciona com a crise atual, na Netflix, uma plataforma extremamente acessada pelos jovens. Com isso, pode-se destacar o poder da internet na edificação de uma juventude ativa politicamente.         Faz-se evidente, portanto, que, não obstante a política tenha sido tão desigual em alguns momentos, hoje, permite a participação popular, porém enfrenta desafios por possuir uma imagem desgastada. Dessa forma, com o fito de garantir a participação política do jovem no Brasil contemporâneo é necessário que o Estado institua projetos sociais por meio das instituições de ensino, de modo a abordar em palestras a importância da política e também tornar oportuna a inclusão desses indivíduos, para assim proporcionar à juventude maior ciência a respeito desse tema.