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Enviada em: 04/07/2019

Na década de 80, o Brasil viu uma geração que cresceu em meio à ditadura se levantar e lutar pelo direito de participar politicamente na vida do país por meio do voto. O movimento viria a ser conhecido como “Diretas já”, que, apesar de não ter atingido seu objetivo principal à época, tornou-se um marco da nossa ainda recente democracia. Pela forma como os jovens do século aparentemente tratam o voto, foi uma batalha em vão. O questionamento que se faz hoje é se eles realmente não se importam com a política ou se estão recriando o modo de fazê-la.        Primeiramente, precisamos levar em consideração que há uma enorme aflição com relação à participação pelo voto em muitas democracias pelo mundo. No Brasil, o momento de crise em diversas esferas da sociedade aponta para uma falência do modelo tradicional de participação política. Segundo dados da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), a diminuição da quantidade de adolescentes entre 16 e 18 anos que não votam enquanto não são obrigados é apenas mais uma prova disso. Porém, é cultural: fomentada dentro de casa, com famílias que preferem ignorar o assunto a ter discussões críticas sobre o tema, e na escola, que valoriza muito o conteúdo, mas pouco prepara o aluno para a realidade do “ser cidadão”.         Contudo, é preciso levar em consideração que ser um sujeito ativo politicamente não se restringe a votar. A realidade, é fazer valer a sua voz dentro do Estado Democrático de Direito. Muitas vezes, aquele que não vota, mas que busca direitos seus e de outros por meio das redes sociais, como, participa mais que alguém que vai às urnas quando é obrigado, sem, acompanhar os reflexos do ato.        Assim sendo, fica claro que, apesar de aparentemente apática e desinteressada quanto à política, a juventude do século XXI utiliza das ferramentas que tem à disposição para mostrar a força de sua voz. Porém, ainda há muito a ser feito para que esse engajamento e essa energia sejam aproveitados em prol da nação. É preciso fomentar o debate e tirá-lo apenas das redes sociais e universidades: política é assunto de família e deve ser tratado de maneira saudável, respeitando as diferenças. É de extrema relevância, também, que se ensine na escola como funciona e a importância de participar, enquanto cidadão, da vida política do país, com discussões, palestras e até eleições internas.