Materiais:
Enviada em: 16/07/2019

Comodismo, desconhecimento e descrédito em relação à política tradicional. Esses são alguns dos sintomas da baixa participação atual da juventude na política. Ainda que tenham sido de crucial importância nos movimentos políticos e de contestação no passado recente nacional - vide Diretas Já, entre 1983 e 1984, e o movimento dos Caras-pintadas, em 1992-, na atualidade observa-se uma forte e crescente apatia política entre os jovens brasileiros.       Inicialmente, é possível observar um alto nível de descrédito entre a juventude no que diz respeito aos políticos e à política tradicional. Isso ocorre em virtude da generalizada sensação de corrupção em todos os níveis governamentais e do recorrente desabono das reivindicações juvenis por parte do aparelho político nacional. Essa crise de representabilidade leva, indubitavelmente, ao menor interesse em envolver-se politicamente entre os jovens, que é indício, também, da baixa participação política popular historicamente observada no Brasil.       Aliado a isso, o modelo educacional vigente no país pouco toca na formação cívica e política dos alunos. O que leva, consequentemente, ao comodismo e desconhecimento por parte do jovem - que pouco sabe a respeito da participação e representabilidade política - e à visão global e errônea de que a juventude é alienada e não tem a capacidade de reconhecer e reivindicar direitos e melhorias para a nação.       Assim sendo, faz-se mister que seja adotada um política educacional governamental - por meio do Plano Nacional de Educação, PNE - que traga a discussão política para dentro das escolas. Essa política educacional deve abordar tanto o histórico de lutas da juventude quanto as formas práticas de engajamento político entre os jovens, estimulando a formação de grêmios e entidades de representação estudantil - que geralmente são os primeiros canais de contato do jovem com a participação política.