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Enviada em: 23/08/2019

No limiar do século XXI, o engajamento de jovens no cenário político aparece como um dos fenômenos mais evidentes na sociedade brasileira. A partir de tal questão, muitos direitos são reivindicados. Nesse contexto, é indispensável salientar que a utilização das redes sociais está entre as principais ferramentas dos jovens para motivar uma mobilização política, uma vez que o compartilhamento de ideias tem um maior alcance nesse meio digital. Diante disso, vale discutir as implicações da participação política de jovens na sociedade e a importância das manifestações sociais para o desenvolvimento da nação.     Em uma primeira abordagem, é fundamental destacar que o engajamento dos jovens na política não é uma invenção do século XXI. No início da década de 1990, a insatisfação com os escândalos de corrupção envolvendo o então Presidente da República, Fernando Collor, motivou uma série de manifestações por todo o país. Na esteira desse processo, um movimento estudantil - os caras pintadas - desiludido com a política e preocupado com o futuro do país foi às ruas para reivindicar o impeachment de Collor. De maneira análoga, os objetivos foram alcançados e uma nova forma de poder emergiu, a dos jovens. Diacronicamente, muitas conquistas foram alcançadas e essa parcela da sociedade passou a ter mais relevância até mesmo no cenário das eleições, já que compreende mais de 45 milhões de eleitores - entre 16 e 33 anos, de acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral.     Outro ponto em destaque, nessa temática, é a relevância das manifestações sociais para o desenvolvimento do país. Nesse sentido, é possível relacionar o desempenho de tais movimentos com a conquista de direitos, seja civis, políticos ou sociais. Apesar de ter acontecido nos Estados Unidos, a mobilização de negros na década de 1960 foi crucial para o estabelecimento de direitos para esse segmento da sociedade, como o fim da segregação em moradias. Mas não é preciso ir tão longe, muitos movimentos sociais atuam de maneira similar no Brasil, a exemplo do Movimento Gay, que reivindica igualdade de tratamento. De encontro a esse cenário, estudos do Instituto de Pesquisa de Campinas indicam que 73% dos jovens brasileiros - entre 16 e 26 anos - já participaram de alguma manifestação social.      Fica evidente, portanto, que medidas são necessárias para aumentar o engajamento político dos jovens. Cabe aos centros educacionais abordar a importância dos movimentos sociais para o fortalecimento da democracia. Nessa proposta, os professores deverão elucidar as lutas e as reivindicações de diferentes grupos sociais, como os negros, os homossexuais e as mulheres. Com isso, espera-se uma maior atuação dos jovens frente a cenários de supressão de direitos.