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Enviada em: 13/08/2019

Maio de 1964, Diretas Já e impeachment collor representaram mobilizações políticas lideradas por jovens que ansiavam a construção de uma sociedade mais humanitária. Dessa forma, apesar do papel crucial dessa faixa etária na história das transformações político-sociais nacionais, na contemporaneidade a juventude brasileira se mostra negligente e indiferente com a realidade que o cerca. Isso é fruto do comportamento individualista da sociedade, mas também pelas falhas existente nas instituições de ensino.           Em primeiro lugar, ao analisar a perda de interesse do jovem hodierno em relação a participação política, nota-se que essa ação é reflexo do comportamento social pautado no individualismo. Dado que, segundo o filósofo Zygmunt Bauman, a sociedade atual transferiu a ideia de progresso como melhoria partilhada para a sobrevivência do indivíduo, logo, é um corpo social que se centraliza no eu, como a resposta para conseguir êxitos e conquistas. Mediante a isso, a população faz alusão ao mito grego de Narciso, um jovem que se apaixonou por si mesmo e limitou a sua vida a esse posicionamento. Consoante a isso, não a como existir a participação política do jovem em um ambiente em que o coletivo entra em detrimento.         Contudo, essa ação social reverbera as inúmeras falhas presentes no sistema educacional brasileiro. Posto que, conforme o escritor Paulo Freire, a educação proporciona meios para mudar o indivíduo e esse, assim, torna-se apto para transformar a sociedade, consequentemente, se a juventude atual é apática na possibilidade de influenciar de forma efetiva as políticas locais, regionais e nacionais, observa-se, dessa forma, escolas que não exercem a sua função de construir cidadãos com análise crítica da realidade que o cerca. Isso é reflexo de um ensino tecnicista que preconiza a formação de estudantes competentes para o mercado de trabalho, mas ausentes de valores de cidadania. Dessarte, há uma necessidade de uma nova postura dos meios de ensino do país.          Portanto, cabe ao Estado, por meio do Ministério da Educação, fomentar programas pautados na importância da coletividade, em que esses serão implantados nas escolas por intermédio de debates e palestras que se estruturarão em ideologias, como a do sociólogo Émile Durkheim, a qual  apontou que a sociedade pode ser comparada ao um corpo biológico, assim, cuidar do bem estar do outro é cuidar de si mesmo. A fim de que desperte nos alunos o anseio pela participação política como meio de busca de melhorias sociais. Diante disso, um comportamento mais ativo da juventude refletirá no pensamento do guerrilheiro Ernesto Guevara - ser jovem e não ser revolucionário é uma contradição genética.