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Enviada em: 13/08/2019

A Constituição Federal brasileira de 1988, no artigo 193º, assegura para todos os cidadãos o exercício dos direitos sociais e individuais. No entanto, tal prerrogativa legal não se reverbera com ênfase na prática, uma vez que a participação social dos jovens na política ainda é incomum. Com efeito, convêm analisar a influência da educação e das tradições sociais na resolução desse problema dantesco.   A princípio, faz-se necessário discutir a insuficiência no Poder Público na garantia de educação, a fim de gerar ações sociais. A esse respeito, o contratualista Jhon Locke, estabelece que o homem cede parte de seus direitos ao Estado em troca da garantia de seus direitos naturais. Porém, a negligência do Poder Público na promoção de educação que estimule o pensamento crítico dos jovens, viola o Contrato Social e incapacita o interesse ativo e cotidiano por assuntos sociais, tornando grande parcela populacional, cidadãos que não questionam e lutam por seus direitos e deveres. Assim, a inobservância da arena pública frente ao incentivo do exercício político pelos jovens inválida, sobremaneira, o Estado Democrático de Direito.     De outro ponto, a manutenção do discurso de descrença frente a representação política contribui para a inércia da juventude. Segundo o sociólogo Émile Durkheim, o Fato Social é a maneira coletiva de agir e de pensar, dotada de exterioridade, generalidade e coercitividade. Nesse sentido, seguindo o pensamento durkheimiano, observa-se a influência da conservação da desconfiança representativa e das falhas das ações civis como agente desmotivador da participação dos jovens, interferindo a ação consciente na luta por direitos, tonando raros os movimentos como o ocorrido em 1992 no Movimento dos Caras Pintadas, onde milhões de estudantes foram as ruas protestar a favor do Impeachment do ex presidente Fernando Collor de Melo.    É evidente, portanto, que há entraves para que a participação impulsionada e efetiva na política pelos jovens brasileiros. Dessa maneira, é necessária a ação do Ministério da Educação em consonância com as escolas públicas e privadas, na promoção de melhorias no ensino, priorizando na grade curricular o ensino de filosofia, sociologia e história, visando um ensino que incentive debates saudáveis e dinâmicos dos direitos e deveres de todo cidadão, a fim de construir pensamentos sociais ativos. Procedendo-se, assim, uma sociedade que  segue os parâmetros instituídos pela Constituição Cidadã.