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Enviada em: 13/08/2019

Na Antiguidade Clássica, os membros da sociedade ateniense se reuniam em praças públicas chamadas de Ágora, apresentando seus interesses de forma direta e visando a construção de uma sociedade estruturada, de acordo com o bem comum. Entretanto, na conjuntura atual, o anseio de participação sobre os assuntos estatais não está presente em todos os jovens do Brasil. Nesse contexto, percebe-se a configuração de um grave problemas de contornos específicos, sendo necessário promover discussões objetivando soluções práticas.   Em primeiro lugar, é importante destacar a falta de educação política na sociedade brasileira. Para o sociólogo francês Émile Durkheim, o indivíduo só poderá agir na medida em que aprende a conhecer o contexto em que está inserido, a saber quais suas origens e as condições que depende. Seguindo essa linha de pensamento, observa-se a inércia de um dos principais criadores de vertentes morais: a escola. Pois, as instituições de ensino, ao direcionarem as atenções apenas ao processo de memorização, sem o exame minucioso dos fatos históricos, acabam fazendo com que os jovens não compreendam que são agentes de transformação. Desse modo, ressalta-se o papel da escola na formação do protagonismo cívico.   Outrossim, evidencia-se a falta de credibilidade dos representantes do poder público como fator que dificulta o engajamento dos jovens. De acordo com o filósofo Aristóteles, a política deve ser usada de modo que, por meio da justiça, o equilíbrio seja alcançado. Porém, as autoridades públicas, por meio dos constantes escândalos de corrupção divulgados pela mídia, não se mostram adeptos da moral aristotélica. Por conseguinte, esse cenário permite a construção de uma sociedade afastada e indiferente dos assuntos estatais, além de cultivar na nova geração uma visão pessimista do exercício político.    Entende-se, portanto, diante dos argumentos supracitados, que medidas devem ser tomadas. Assim, cabe ao poder legislativo a apresentação de um projeto de lei que apresente como escopo a inserção, na grade escolar, de uma disciplina que, baseando-se nas ideias de Aristóteles e Durkheim, incite o debate político. Ademais, urge que o Ministério da Justiça promova mais operações investigativas, visando eliminar os casos de corrupção e, assim, permitindo a construção de uma sociedade mais interessada nos assuntos governamentais. Por consequência, o sentimento ateniense de engajamento popular e senso crítico será cultivado nos jovens brasileiros.