Enviada em: 24/08/2019

Por mais manifestações reais    A liberdade guiando o povo, de Eugène Delacroix, é uma tela que retrata, no imaginário do artista, um ato no centro de Paris que tentava mudar a história da França com a presença de adultos, jovens e crianças. No Brasil do século XXI, percebe-se que a relação entre a juventude e o ativismo social diverge muito da proposta por Delacroix ainda no século XIX. A partir dessa questão, cabe pontuar o que motiva a negligência da participação popular, principalmente a dos jovens, no Brasil atual e os efeitos dessa negligência à Democracia.    Analisa-se, de início, que um dos fatores primordiais para a manutenção de tal problemática reside na falha educacional no estímulo à política. É notório que grande parte dos jovens brasileiros, no âmbito escolar, possuem dificuldades para expressar sua opinião em relação ao sistema vigente, uma vez que,  várias escolas adotam o modelo "Escola sem partido", gerando, assim, uma falta de debates sobre tal assunto. Segundo o educador Paulo Freire, o objetivo maior da educação é conscientizar o aluno, ou seja, Freire defendia uma escola que ofertasse o exercício da cidadania, levando às parcelas desfavorecidas da sociedade a entender sua situação de oprimidas e agir em favor da própria libertação. Porém, com a falta do estímulo no meio escolar, muitos jovens permanecem na alienação, sendo incapaz de  possuírem uma opinião clara e voltada para os problemas da realidade em que vive.    Pontua-se, ainda, que a apatia dos jovens em relação ao cenário político, está relacionada com a falta de representações políticas que incentivem a questão. Em meio a escândalos relacionados a corrupção e desmandos no poder público, muitos jovens sentem-se frustrados e desesperançados com o país, gerando uma juventude indiferente aos problemas políticos. Sendo assim,  políticos "corruptos" ganham força, pois não há um povo para enfrenta-lo ou julgá-lo, constituindo uma sociedade conformada com a atual condição política e desacreditada na mudança do seu país.    Compreende-se, portanto que ações devem ser feitas para encorajar e provocar o sentimento de pátria e uma efetiva participação no campo político. Assim, urge que as mídias comunicativas em parcerias com sistemas de ensino, ofertem tanto em tvs como em rádios, programas que façam o jovem pensar politicamente, valendo-se de debates com professores ou pessoas que lidam com a política no seu dia a dia, levando , assim, o jovem a buscar conhecimento político. Outro fator coadjuvante é que as escolas proporcionem experiências associadas a política, utilizando-se de agremiações e representantes para que o jovem desde cedo, saiba o que é política e como ela funciona. Dessa forma, a tela de Eugène Delacroix será uma pintura que possuirá similaridades com o século XXI.