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Enviada em: 13/08/2019

Na década de 80, o Brasil viu uma geração que cresceu em meio à ditadura se levantar e lutar pelo direito de participar politicamente na vida do país por meio do voto. Esse movimento viria a ser conhecido como “Diretas já”, que, apesar de não ter atingido seu objetivo principal à época, tornou-se um marco da nossa ainda recente democracia. Alguns, contudo, dizem que, pela forma como os jovens do século aparentemente tratam o voto, foi uma batalha em vão. O questionamento que se faz hoje é se eles realmente não se importam com a política ou se estão recriando o modo de fazê-la.   Em primeiro lugar, precisamos levar em consideração que há um enorme descontentamento com relação à participação pelo voto em muitas democracias pelo mundo. No Brasil, em especial, o momento de crise em diversas esferas da sociedade aponta para uma falência do modelo tradicional de participação política. Segundo dados da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), a diminuição da quantidade de adolescentes entre 16 e 18 anos que não votam enquanto não são obrigados é apenas mais uma prova disso. Essa questão, porém, é cultural: fomentada dentro de casa, com famílias que preferem ignorar o assunto a ter discussões críticas sobre o tema, e na escola, que valoriza muito o conteúdo, mas pouco prepara o aluno para a realidade do “ser cidadão”.    Entretanto, é preciso levar em consideração que ser um sujeito ativo politicamente não se restringe a votar. Na verdade, é fazer valer a sua voz dentro do Estado Democrático de Direito. Muitas vezes, aquele que não vota, mas que busca direitos seus e de outros por meio das redes sociais, por exemplo, participa mais que alguém que vai às urnas quando é obrigado, sem, contudo, acompanhar os reflexos do ato. Nesse sentido, podemos ver uma juventude engajada e participativa, que também vai à luta, às ruas, como nas manifestações de 2013, e, mesmo que em contexto diferente dos jovens das Diretas e das Primaveras pelo mundo, constrói um novo caminho para superar os obstáculos que a tradicional forma de fazer e atuar na política mostram ter.  Nota-se,portanto,que apesar de aparentemente apática e desinteressada quanto à política,a juventude do século XXI utiliza das ferramentas que tem à disposição para mostrar a força de sua voz.Contudo,ainda há muito a ser feito para que esse engajamento e essa energia sejam aproveitados em prol da nação.É preciso fomentar o debate e tirá-lo apenas das redes sociais e universidades:política é assunto de família e deve ser tratado de maneira saudável,respeitando as diferenças.É de extrema relevância, também,que se ensine na escola como funciona e a importância de participar,enquanto cidadão,da vida política do país,com discussões,palestras e até eleições internas. Sendo assim,que sejamos como Gonzaguinha,que acredita na rapaziada, pois eles buscam a manhã.       desejada.