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Enviada em: 13/08/2019

Em 1848, eclodiam uma série de revoluções conhecidas como a Primavera dos Povos, onde a população europeia, principalmente a juventude, foi às ruas e manifestou-se contrária aos regimes governamentais autocráticos. Na contemporaneidade, contudo, observa-se que o jovem deixou de participar ativamente da política, em especial no âmbito brasileiro, onde o totalitarismo ocorre de forma velada. Nessa questão, em um país onde um terço do eleitorado é formado por cidadãos entre 16 e 33 anos, segundo o Tribunal Superior Eleitoral, cabe analisar como o desenvolvimento tecnológico e a impunidade corroboraram, de modo direto, para a diminuição da ação política desta parcela.       Em primeiro momento, é importante ressaltar que, ainda que o avanço de tecnologias como aparelhos telefônicos e computadores tenha contribuído para o maior alcance de informações, a popularização das redes sociais fez com que muitos indivíduos deixassem de mobilizar-se fisicamente. De acordo com a Universidade de Essex, o nível de proximidade presencial entre os jovens diminuiu por conta do uso excessivo de celulares. Ainda que a liberdade de expressão virtual seja de extrema importância, é relevante, também, que os brasileiros utilizem as ferramentas cibernéticas para reunirem-se e expressar seus anseios políticos no mundo físico.        Ademais, a impunidade existente na nação imobiliza a juventude brasileira, em razão dos casos reincidentes de corrupção e da violação de direitos constitucionais por parte do próprio Poder Público. Apesar de a Constituição de 1988 assegurar o direito de greve e manifestação aos cidadãos, a repressão policial impede que muitos movimentos sejam, de fato, eficazes em suas reivindicações. Não obstante, as Jornadas de Junho de 2013, onde várias manifestações populares inicialmente surgiram para contestar os aumentos nas tarifas de transporte público por todo o país, contaram com 84% de simpatia da população, segundo o Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística.       Por conseguinte, urge que o Poder Judiciário, em parceria com os jovens brasileiros, fiscalize os diferentes setores governamentais, de forma a garantir a redução dos casos de corrupção e a impunidade. Para tanto, as redes sociais devem ser utilizadas como veículo para a realização de denúncias, em conjunto com atendimento telefônico e recebimento de e-mails e mensagens de texto. Além disso, as empresas de publicidade, em parceria com o Tribunal Superior Eleitoral, devem utilizar os diferentes veículos de comunicação para estimular, com a ajuda de campanhas e palestras, a juventude a mobilizar-se e reivindicar seus direitos não só virtualmente, mas também de maneira física, indo às ruas e às unidades de gestão dos municípios e estados para integrar o âmbito político do país e exercer a sua cidadania.