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Enviada em: 15/08/2019

Desinteresse. É o que muitos alegam quando o assunto é participação dos jovens na política atual, no entanto, eles esquecem-se que juntamente com as mudanças que a tecnologia proporcionou, houve também a ressignificação do modo de participar, como as Manifestações de Junho de 2013, que foram organizadas pela internet. Além do mais, há descrença nos partidos e coligações por parte dos mais novos, que preferem não assumir uma só ideologia, mas unidos, lutar contra os problemas econômicos e sociais.     Em primeira análise, vale ressaltar, que a mudança entre os jovens da década de 80 e os contemporâneos ocorreu apenas de maneira de participar. Segundo pesquisas do Datafolha 77% dos jovens já tiveram alguma atuação política, enquanto apenas cerca de 20% se filiaram a partidos políticos. Tal fato, evidencia que “teatralização da política”, termo usado pelo filósofo Bauman para designar a falta de honestidade e transparência, pela qual o senado brasileiro se encaixa, afasta os mais novos das coligações, fazendo com que eles optem apenas por reivindicar seus direitos sociais.        Além disso, os jovens contam com as redes sociais, que garantem maior facilidade na divulgação de ideias. O envolvimento via internet no Brasil é muito frequente e comum, no entanto, quando há um “estopim”, em casos de temas mais graves, os jovens encontram-se também nas ruas ou fazem ocupações, como as greves que ocorreram devido ao possível corte de investimento nas universidades federais em 2019. Deste modo, evidencia-se que os adolescentes são ativos na esfera política, e quando necessário, utilizam além das redes sociais, os modos tradicionais de protestos.      Em suma, medidas para que os jovens se tornem ainda mais presentes na política precisam ser tomadas. Desta maneira, as escolas devem dispor de um local para os jovens interessados em falar sobre política possam se encontrar, por meio da autorização para que o ambiente seja aberto aos sábados. Cujo encontro, será na presença de algum professor que esteja disposto a acompanhar os alunos, para que juntos, consigam discutir possíveis melhorias na esfera econômica e social, e assim, poder mudar a concepção de que os jovens têm desinteresse na política.