Materiais:
Enviada em: 17/08/2019

Na Grécia Antiga, a ágora era o local onde os cidadãos gregos discutiam e decidiam acerca dos rumos da cidade, de modo a exercerem a democracia direta. Atualmente, o modelo democrático que vigora no Brasil é o representativo, no qual os indivíduos escolhem os políticos que irão representá-los. Entretanto, para que ele funcione, de fato, é necessário que a população atue, atitude que, nos últimos anos, tem sido exercida veemente pelos jovens, que enxergam na participação a forma de conseguirem mudar a velha política brasileira. De fato, o número de eleitores jovens, de 16 a 33 anos, em terras tupiniquins é bastante significativo, representando, aproximadamente, um terço do eleitorado do país. Nesse contexto, é notável o quanto essa parcela da sociedade é importante no cenário político nacional, tanto é que se tornou alvo de muitos candidatos que, visando conquistar seus votos, tentam estabelecer diálogos com seus integrantes. Porém, desde meados de 2013 esse contato passou a ser mais complexo, uma vez que a juventude se tornou mais politizada, fato exemplificado pelos protestos de 2013 e pelas eleições de 2014, na qual a polarização acentuou-se, muito por causa do maior acesso às informações. Assim, o jovem está, cada vez mais, buscando meios de fugir da política tradicional, pois pesquisa e discute sobre as opções de voto, o que o torna mais crítico e, consequentemente, o aproxima da maioridade intelectual proposta por Kant, que ocorre quando o indivíduo consegue tomar suas decisões sem ser influenciado por outras instituições, como a família. Ademais, é importante ressaltar o papel da internet, em especial das redes sociais, como mecanismo de intensificação desse quadro, pois é um ambiente onde os debates políticos fervilham, o que viabiliza que os usuários exponham seus pontos de vista e os discutam, tornando possível o contato com outras realidades, fator que amplia o leque de informações. Com isso, muitos jovens, que antes tinham convicções sobre seu posicionamento acerca de determinado assunto, passam a pensá-lo de modo diferente, o que os leva a enxergar fatores que não vislumbravam e, muitas vezes, tomam consciência da necessidade de mudança. Mas, para que o contexto sofra alterações, é necessário que eles deixem de agir somente no mundo virtual, pois as pressões na rede não são suficientes, e comecem a atuar no mundo físico, saindo, assim, da caverna de Platão do século XXI e efetivando a ação. Dessa forma, torna-se evidente o quanto a politização do jovem brasileiro é importante, mas, ainda assim, necessita de mudanças. Para tanto, cabe às escolas e às universidades intensificar as discussões, por meio de aulas de educação política ministradas por especialistas, e debates entre os estudantes, de modo a incentivá-los a serem mais críticos. Além disso, a sociedade também deve buscar meios de promover esse fluxo de informações, mediante eventos promovidos por ONGs, visando levar o conhecimento a toda a população, sem restringi-lo aos centros estudantis. Com isso, será possível aumentar a atuação do brasileiro politicamente e, como consequência, melhorar os rumos do país.