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Enviada em: 19/08/2019

Nos anos de 1983 e 1984, durante a ditadura militar brasileira, o movimento "Diretas Já", que reivindicava a possibilidade de eleições diretas para presidente, contou com a participação de muitos jovens insatisfeitos com o cenário do país. Embora o engajamento político dessa fatia da sociedade não seja uma pauta recente, nota-se que tem sido lento e gradual, devido à descrença dos mais moços nas figuras estadistas e à falta de incentivo educacional do governo.    Mormente, é importante ressaltar o descrédito dos jovens cidadãos frente aos políticos, gerando uma menor participação nesse âmbito. Segundo o Tribunal Superior Eleitoral apenas 21,6% de um total de 6,5 milhões de indivíduos entre 16 e 17 anos, tiraram o título de eleitor em 2018, caracterizando a menor participação desse grupo nas eleições desde 2002. Tal dado ratifica a crescente diminuição do comprometimento juvenil para com a política do Brasil, marcada por quadros constantes de corrupção e um impeachment recente.   Outrossim, é válido enfatizar o déficit de investimento público na educação dos jovens acerca dos assuntos tangentes à política, que aliado ao desinteresse desse nicho social contribui para a atenuação do envolvimento nas causas. De acordo com o educador Paulo Freire, o homem é aquilo que a educação faz dele, dessa forma, a inserção de debates escolares durante o Ensino Fundamental II  e Ensino Médio se faz necessário para construir um pensamento crítico acerca da política que leve os adolescentes a entenderem seu importante papel enquanto cidadãos.       Fica claro, portanto, que o binômio escola e Governo deve trabalhar na desconstrução do ceticismo juvenil para com a política, promovendo sua participação em campanhas escolares que contem com a presença de figuras governamentais, a fim de explanar o funcionamento do regime e fomentar a participação dessa parcela social nas eleições e em movimentos contestadores. Desse modo, como em 1983, os jovens brasileiros se farão presentes na reivindicação dos seus direitos.