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Enviada em: 23/08/2019

No livro “A Cidade do Sol”, de Khaled Housseini , há a descrição de constantes mudanças de líderes executivos que alteram completamente o cenário do país(Paquistão) em quesitos como: Liberdade, cultura, segurança e economia. Dessa forma, é evidente o quanto a política influência a vida das pessoas, se fazendo necessário que, desde jovem, exista um direcionamento acerca disso. Todavia, no Brasil, esse embasamento não se dá, principalmente, devido a uma sociedade alheia as funções de candidatos políticos, além de um preciosismo em discursos realizados pelos eleitos.    Em primeiro plano, vale salientar que a educação tem papel fundamental no engajamento político das pessoas. No ano de 2010, o comediante Tiririca foi eleito tendo como um dos slogans: “você não sabe o que um deputado estadual faz? Nem eu...”. Diante disso, a adesão pública à frase do ex-comediante mostra como a população se sentiu representada, ao ponto de ser um dos deputados estaduais mais votados da história brasileira. Logo, é visível que os jovens da pátria amada exercem seus direitos democráticos, muitas vezes, sem entender as consequências de seu voto. Por sua vez, aumentam as chances de candidatos despreparados e problemas administrativos no país.    Outrossim, é importante pôr em pauta o fato de que o excesso de formalidade é algo que distancia o público mais novo. No poema “Pronominais”, de Oswald de Andrade, mostra que a comunicação oral tende a ser mais aceita e mais cativante quando foge da pressão da norma culta. Logo, ao observarmos os discursos na câmara dos deputados ou mesmo no senado, é evidenciado um preciosismo, não só na norma, mas também na escolha de palavras ‘difíceis’. Por conseguinte, isso diminui o interesse da parcela mais jovem pela política. Dessa forma, mesmo com uma representação de mais de 30%, consoante a revista Estadão, o desinteresse político tende a desvalorizar o voto, facilitando práticas como aquisição ilícita de pleito.    Em síntese, é visível que o cenário atual tem óbices que se baseiam, principalmente, no âmbito educacional e quanto à normas de discursos. Por sua vez, na tentativa de dar lume as mais novas gerações para que possam ter mais êxito na escolha dos representantes brasileiros, se faz necessário a normatização pelo MEC, da obrigatoriedade de lecionar sobre os diferentes cargos que concerne aos cidadãos o direito ao voto. Paralelamente, por meio do poder Legislativo, pode ser posta em pauta a reformulação na estrutura de discursos na câmara e no senado, de forma a manter a norma culta, mas fugir de preciosismos linguísticos, aproximando com mais sucesso a população jovem. Dessa forma, poder-se-á fugir das constantes mudanças, no que tange a desordem, descritas por Khaled.