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Enviada em: 16/08/2019

Após a disseminação dos ideais iluministas durante o século XVIII, a sociedade passou a valorizar a razão e o conhecimento, tornando-se mais crítica. Este desenvolvimento ocorre até a contemporaneidade, mas possui pouca influência sobre os jovens, visto que grande parte desse grupo populacional não apresenta um engajamento político considerável, o que é um problema, pois representam uma parcela grande dos cidadãos brasileiros. Esta mazela se perpetua, principalmente, devido ao individualismo e à negligência educacional.         Em um primeiro plano, é possível perceber que o individualismo prejudica a participação política dos jovens. O psicanalista Marcelo Veras afirmou que "mostramos apenas o melhor de nós mesmos em uma exigência de felicidade permanente com pouco espaço para sofrimento subjetivo". Analogamente à tese do profissional, percebe-se que o adolescente contemporâneo visa apenas o próprio desenvolvimento, afim de favorecer sua imagem perante a sociedade. Devido a isso, estes indivíduos se ocupam pensando apenas em si, o que suscita falta de tempo para se importar com o coletivo e com a democracia. Dessa forma, a importância unicamente com o individual existente na juventude brasileira contribui para a sua alienação em relação à administração do país.           De forma análoga, vale destacar que a negligência educacional compele a criação de jovens que não enxergam importância na política brasileira. Segundo o Artigo 2 da Lei de Diretrizes e Bases, a educação, dever da família e do Estado, tem como finalidade o pleno desenvolvimento do aluno, sua preparação para o exercício da cidadania e a qualificação para o trabalho. Entretanto, a priorização do labor e o reduzido investimento nas escolas públicas dificultam a formação de bons cidadãos, e suscita o desenvolvimento de uma juventude que desconhece a importância do engajamento político. Sendo assim, a inadvertência governamental contribui para a reduzida participação na democracia por parte da parcela populacional citada.          Torna-se evidente, portanto, a importância de se combater a precária participação dos jovens na política no Brasil. Para isso, cabe ao Ministério da Educação criar, por meio de verbas governamentais, campanhas publicitárias nas redes sociais que valorizem o coletivo, afim de mitigar o individualismo. Junto a isso, urge que o mesmo órgão governamental realize medidas pedagógicas, por intermédio de mudanças na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que estimulem a formação de bons cidadãos, com o objetivo de aumentar o engajamento nos assuntos relacionados ao país. Dessa forma, a juventude tornar-se-á  participante da democracia brasileira, com o propósito de fazer jus aos ideais iluministas propagados desde o século XVIII.