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Enviada em: 24/08/2019

No Brasil hordieno, os desafios em torno da participação política dos jovens revelam-se como uma problemática de caráter social. Isso se deve, sobretudo, à crise de representatividade política, e, também, à ausência de debates no âmbito familiar e escolar, com o enfoque na importância do exercício da cidadania. Tal cenário configura um grave problema, logo, são necessárias mais ações, visando o enfrentamento dessa questão.    A princípio, sabe-se que importantes mudanças e conquistas na história do Brasil dispuseram da participação decisiva da juventude. Entretanto, no que tange ao período atual, é notório a insatisfação de tais indivíduos com a representatividade política. Com isso, os problemas relacionados à falta de investimentos nos interesses públicos, aos inúmeros casos de corrupção, à ausência de capacitação dos gestores públicos, somado à predominância de discursos de ódio contra minorias sociais, favorecem o cenário de instabilidade política e consolidam a controvérsia com o sistema democrático legítimo. Conforme preconizado pela filósofa alemã Hannah Arendt, "O poder nunca é propriedade de um indivíduo; pertence a um grupo e existe somente enquanto o grupo se conserva unido". Nessa perspectiva, se faz necessário a mobilização dos jovens para fortalecer e exercer tal poder.    Outrossim, cabe salientar, a responsabilidade do âmbito escolar e familiar no processo de engajamento e participação política dos jovens, já que, assim como preconizado pelo filósofo John Locke, o ser humano é como uma tela em branco preenchida por experiências e influências. No entanto, apesar de a escola valorizar tal temática, ainda não há, de fato, uma preparação dos discentes para o exercício da cidadania. Além disso, as famílias consideram a distorção da realidade política em detrimento de reflexões críticas e busca por direitos, contribuindo para o desinteresse dos jovens na participação política.     Com efeito, torna-se evidente a necessidade de superar o problema. Para tanto, os movimentos sociais, devem promover campanhas de conscientização da importância da participação política dos jovens, através dos meios midiáticos, visando consolidar o poder citado por Arendt, a fim de tornar cidadãos ativos na vida pública. Ademais, cabe ao Ministério da Educação proporcionar debates e criar grupos nas escolas para apresentar o valor do engajamento político dos jovens, bem como formas de cobrar melhorias do poder público, e deve, também, aliar-se à instituição familiar, para que sejam trabalhados o diálogo saudável, respeitando as diferenças e opiniões, com o objetivo de superar os obstáculos do sedentarismo político e formar uma juventude atuante e participativa no cenário democrático.