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Enviada em: 24/08/2019

Durante a década de 1990, grande parte dos jovens brasileiros – conhecidos como “caras pintadas”- saíram às ruas proclamando o impeachment do presidente da época, Fernando Collor, haja vista a descoberta de seu envolvimento em escândalos de corrupção. Contudo, no contexto hodierno brasileiro, a participação juvenil na política tornou-se escassa. Dado que o sistema de ensino público não incita os jovens à cidadania, ao contrário, aliena-os devido a inúmeras falhas que o permeiam. Consequentemente, leva a juventude ao desconhecimento de seus direitos e deveres constitucionais, destarte, gera-se um ciclo vicioso de defasagem e, principalmente, baixa qualidade de vida.        Em primeiro lugar, destaca-se a discrepância educacional brasileira no quesito formação cidadã. Porquanto, segundo a Revista BBC Brasil mais de oitenta por cento dos jovens concluem o ensino médio sem terem  acesso à constituição federal durante toda sua trajetória escolar. Ademais, de acordo com o filósofo Immanuel Kant, “O homem é aquilo que a educação faz dele.” Dessa maneira, salienta-se que a insciência dos jovens acerca da constituição e do seu poder político deriva de lacunas no sistema educacional vigente.        Por conseguinte, o desconhecimento juvenil sobre política acarreta a perda de seus direitos básicos que conduz a um ciclo vicioso de baixa qualidade de vida. Uma vez que, o ensino deficitário inibe não somente o acesso à política, mas também, ao ensino superior. Conforme o renomado professor e filósofo Oswaldo Giacoia Júnior, “o ensino público não forma cidadãos conscientes da importância do protagonismo social e do papel estatal na promoção de entrada nas universidades.” Nesse sentido, a educação deve reconstruir-se em prol da dasalienação dos jovens, pois segundo Paulo Freire, “ Se a educação sozinha não muda a sociedade, sem ela, tampouco, a sociedade muda.”        Portanto, para que a problemática supracitada seja superada, cabe ao governo federal e a ao MEC –Ministério da educação e cultura- propiciarem uma educação política nas escolas públicas. Por meio de palestras acerca da importância juvenil na constituição social, a partir de uma mudança na grade curricular, inserindo uma matéria que vise desenvolver nos discentes o senso de cidadania, visto o estudo gradual da constituição cidadã e de filosofias políticas. Logo, tais aulas deverão ser ministradas, sobretudo, no ensino médio e apoiadas na associação entre estagiários do curso de direito e professores formados em filosofia. Além disso, as escolas devem contar com oficinas semanais abertas à comunidade. Para que os alunos e a população em geral tenham voz frente às ações afirmativas locais. Somente assim, a alienação será vencida, a constituição efetivada, a escola cumprirá seu papel social e, com isso, o ciclo vicioso que liga inatividade política a pobreza será rompido.