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Enviada em: 21/08/2019

Jean Jacques Rousseau, filósofo suíço, defendeu que o homem não deveria se comportar como um súdito de um rei, mas sim como um indivíduo que ajude a melhorar a sociedade. Entretanto, paradoxalmente ao cenário defendido pelo pensador, observa-se, na atual conjuntura brasileira, uma incompatibilidade entre a participação política dos jovens e o exercício da cidadania. Dessa forma, faz-se necessário o Poder Executivo, aliado ao Ministério da Educação, tome medidas que visem à redução desse contraste.        Em primeiro plano, cabe analisar que a diminuição do engajamento do jovem na política pode ser explicada pelo conceito de homem cordial. Tal tese se encontra na obra “Raízes do Brasil” de Sérgio Buarque de Holanda e define o temperamento do indivíduo tupiniquim. Diante disso, essa definição revelou que o brasileiro apresenta uma inconstância postural fazendo com que a passionalidade se sobressaia a razão e, consequentemente, aumente a descrença, principalmente dos adolescentes, no governo.        Além disso, nota-se, sobretudo no ensino médio, a ausência de espaços institucionais, como os grêmios estudantis, para participação política dos jovens que resulta no fato da própria educação regular, que deveria fomentar o interesse dos estudantes no governo, contribuir para agravar a ideia de representatividade oculta e, por conseguinte, ampliar o sentimento de descrença e passividade na política.       Evidenciam-se, portanto, a necessidade de ações promotoras de transformações. Para tanto, o Poder Executivo, aliado ao Ministério da Educação, deve estimular a criação de grêmios estudantis e incrementar uma matéria sobre política – sem viés partidário- no currículo escolar, para que os jovens participem e se interessem mais nos assuntos políticos. Tais ações podem ser realizadas por meio do envio de verbas públicas às escolas, para que estas possam realizar a criação e manutenção do grêmio estudantil. Somente assim, a reflexão proposta por Rousseau poderá seguir o caminho harmônico entre participação política e cidadania.