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Enviada em: 23/08/2019

Durante a República Velha no Brasil, os governos municipal, estadual e federal praticavam a compra ilegal de votos e a violência física e psicológica contra o eleitor nordestino para induzi-lo a eleger o candidato selecionado por eles, método conhecido como Voto do Cabresto. Tal ação favoreceu para que hoje se reproduza na sociedade a corrupção e a lavagem de dinheiro, as quais têm como consequência a insatisfação popular e o afastamento do jovem da política. Desse modo, evidencia-se a necessidade de analisar criticamente os avanços e os desafios para sanar essa problemática.        A princípio, vale ressaltar o progresso obtido após a introdução do grupo jovem na política. Nesse sentido, Getúlio Vargas, no período do Estado Novo, visando combater as fraudulências nos processos eleitorais da República Velha, permitiu o voto facultativo aos adolescentes a partir dos 16 anos de idade. Esse avanço na democracia é um marco na história, pois contribuiu para mudanças significativas na esfera social. Por exemplo, essa minoria organizou um movimento popular em diversas cidades brasileiras com o rosto pintado nas cores verde e amarelo exigindo o Impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Mello, o qual teve seu mandato revogado, gerando impossibilidade não somente de candidatar à presidência, mas também cometer o mesmo crime. Circunstâncias como esta demonstram que a inclusão dos jovens na política é capaz de fornecer a efetivação da democracia e da cidadania.       Ademais, também é indispensável destacar os problemas enfrentados nas eleições contemporâneas. Nesse sentido, Mário de Andrade, importante poeta brasileiro, diz: "o passado é algo para se meditar, não para se reproduzir", porém isto não acontece, pois por conta da continuidade dos casos de corrupção, muitos jovens desacreditados com o futuro político brasileiro estão optando a pagar a multa eleitoral para não comparecer na Zona Eleitoral; algo grave, tendo em vista que eles correspondem a um terço dos eleitores, segundo a plataforma digital Estadão, e, assim, a diminuição no número de eleitores jovens dificulta que novas alterações no quadro político atual sejam conquistadas.       Depreende-se, portanto, que apesar da inclusão de pessoas acima dos 16 anos na política brasileira beneficiar para a aplicação da democracia, elas encontram-se insatisfeitas com determinadas ações governamentais. Por tudo isso, cabe ao Ministério da Justiça - órgão responsável por aplicar a legislação - apurar casos atuais de lavagem de dinheiro e corrupção nas cargos públicos, por meio de fiscalizações, objetivando combater crimes de tal espécie. Além disso, o Conselho Nacional de Auto-Regulamentação Publicitária, CONAR, deve incentivar a participação política do jovem, por meio de propagandas promovidas por entidades e empresas, com vistas a destacar que eles têm o poder de decidir as eleições e sua ausência é prejudicial para o futuro da nação.