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Enviada em: 21/08/2019

De acordo com Aristóteles, o ser humano possui a política como algo intrínseco à sua natureza. Dessa maneira, desde o nascimento, em maior ou menor grau, os indivíduos terão contato com esse tipo de relação, entretanto, o preocupante é que nem todas estarão conscientes disso. Nessa perspectiva, tal incompreensão de sua própria condição acaba por atingir de forma mais contundente as camadas mais jovens, assim a participação política dessa parcela encontra entraves na falta de estímulo e engajamento para esse lado tão importante da vida.      Em primeiro lugar, o jovem brasileiro sente um extremo desencorajamento em desenvolver o seu lado político. Não raro, os noticiários e as mídias no geral escancaram toda a podridão presente nessa esfera da sociedade, desse modo, em meio a toda essa negatividade o espectador desacredita que existam coisas boas nesse meio. Logo, as pessoas procuram se afastar da política, segundo uma pesquisa do Data Popular, apenas 4 em cada 10 jovens reconhece entender de política, e isso é alarmante, pois a maioria sequer tem noção de algo tão necessário à sua natureza.        Há, também, consonante a isso, o fato de que o jovem brasileiro não é preparado de maneira formal para o exercício da política. Não é surpreendente que em um país que encontra sérios problemas na educação básica possui um ensino político quase inexistente, com isso, devido a tal falta, a inconsciência da importância dessa ferramenta acaba sendo unanime. Nesse ínterim, o despreparo do jovem no manejo político é um fato contribuidor para sua auto exclusão, daí o fato de, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), somente 21% da população entre 16 e 17 anos ter emitido seu título de eleitor em 2018.      Portanto, a participação do jovem na política encontra sérios contribuintes para sua própria auto exclusão, nesse sentido, faz-se mister que ações sejam tomadas para mudar essa perspectiva. Para tal, o Ministério da Educação e Cultura (MEC) deve implementar, mediante parcerias com ONGs, um novo programa de ensino político participativo nas escolas públicas, o qual consiste na criação de toda uma estrutura política para participação do estudante, no programa alunos eleitos devem exercer seus cargos de modo a desenvolver ações para o seu meio escolar. Assim, espera-se que ao poder vivenciar a extensão de possibilidades que política dá, esses indivíduos se tornem mais engajados e como na visão de Aristóteles, o jovem se torne um verdadeiro "Zoon politikon".