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Enviada em: 25/08/2019

O filósofo Aristóteles afirmou que o homem é um animal político, ou seja, é, naturalmente, capaz de expressar o que é justo ou injusto de acordo com suas visões, atitude básica na política. Todavia, a nova geração de brasileiros se encontra, cada vez mais, afastada do campo político, situação que obscurece o futuro do país. Nesse contexto, tal conjuntura se deve tanto à falta de representação política quanto à ineficácia do atual ativismo virtual adotado pelos jovens.         Em primeira análise, é fundamental destacar que os interesses dos jovens atuais diferem muito quanto aos de outras gerações, fator que impacta na representação política destes. Segundo dados disponibilizados pelo Senado, os parlamentares com idade entre 20 e 29 anos representam menos de 2% dos eleitos, número desanimador no contexto supracitado. Nesse sentido, os jovens lidam com um cenário ainda da “velha política”, situação que os afasta ainda mais dessa esfera, pois não veem seus ideais e princípios sendo representados.         Ademais, as poucas ocasiões em que os jovens fazem política se dá no ambiente virtual, o que diminui, consideravelmente, a influência dessas manifestações na sociedade. Por ter crescido rodeada por novas tecnologias, a nova geração usa tais ferramentas até para atos políticos, porém, não costuma transpassar a mobilização para o mundo “real”. Dessa maneira, o engajamento acaba por ser irrisório, pois, como afirmou o jornalista Gustavo Gindre, o ativismo virtual deve ser um complemento de um processo maior e não um substituto para manifestos reais.         Destarte, evidencia-se a necessidade de medidas para resolver o impasse. Cabe às Universidades estimularem a participação política dos jovens por meio da realização de debates e palestras com a presença de sociólogos, os quais discorram sobre a importância do exercício da cidadania e a necessidade de representantes da nova geração na política brasileira, a fim de incentivá-los a se aprofundar no assunto e engajar-se nesse âmbito.