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Enviada em: 25/08/2019

A participação política é um exercício da cidadania fundamental para a construção do bem-estar coletivo. Todavia, embora alguns jovens brasileiros contemporâneos se envolvam nos assuntos políticos do país, isso nem sempre é feito de maneira efetiva. Sob essa perspectiva, é preciso combater o individualismo e a carência de uma visão ampla e crítica desses indivíduos, principais fatores que condicionam o problema.  A princípio, é importante reconhecer que a carência de uma visão crítica e holística, de parte da juventude brasileira contemporânea, é um fator que limita a participação política efetiva desse grupo. Isso posto, é preocupante que a maioria dos jovens do Brasil tenham pouco interesse em aprender acerca da economia, da história e das leis brasileiras, mas apenas reproduzem discursos sem haver uma real reflexão acerca daquilo que diz defender. Essa acomodação permite retomar a obra "Cidadania no Brasil", do historiador José Murilo de Carvalho, o qual aponta para o fato de que a formação do Sistema Educacional brasileiro foi fortemente influenciada pela visão de subserviência e obediência trazida pelos Jesuítas durante o período colonial, o contribuiu para uma educação que forma indivíduos acríticos frentes ao saber.  Ademais, o individualismo é outro fator que condiciona a carência de uma participação política efetiva da juventude brasileira. Isso porque, assim como defendido pelo escritor Mário Sérgio Cortella, o comportamento altruísta, solidário e ético de cada cidadão é condição essencial para construção de uma sociedade verdadeiramente desenvolvida. Dessa maneira, o fato de muitos jovens do Brasil contemporâneo não se disporem a irem às ruas lutarem por aquilo que dizem defender, ou, ao buscarem um posicionamento, visarem favorecer apenas os seus próprios interesses, favorece a manutenção das relações de poder e o beneficiamento de grupos específicos.  Portanto, dada a necessidade de tornar a participação social dos jovens brasileiros contemporâneos mais efetiva, é necessário a aplicação de práticas pedagógicas cotidianas, pelo Sistema Educacional brasileiro, as quais trabalhem as habilidades socioemocionais dos indivíduos, além das cognitivas, visando sensibilizá-los para a coletividade. Além disso, outra medida viável seria a promoção de palestras e debates, nas instituições de ensino, pelo Ministério da Educação, contando com a participação de sociólogos que usem uma linguagem acessível e dinâmica, a fim de contribuir para a formação de uma visão ampla desses indivíduos acerca da importância de conhecerem a economia, a história e as leis do país que faz parte, para que suas discussões e lutas se tornem mais relevantes e eficientes para o desenvolvimento da sociedade.