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Enviada em: 22/08/2019

A cidadania - segundo Rousseau - pode ser compreendida como o próprio direito à vida. Assim, esse direito acaba por integrar diversos elementos fundamentais para o convívio social que precisam ser construídos coletivamente, não somente no atendimento às necessidades básicas, mas também na dignidade e isonomia de direitos. No entanto, tornou-se comum que os jovens brasileiros - apesar de suas importâncias para a formação cultural e possuírem direitos à cidadania - sejam alvos de rótulos e preconceitos, principalmente quando o assunto é política. Isso ocorre, essencialmente, devido às ações vindas da própria população e a falta de atenção do Estado à questão.       A priori, é incontrovertível que a atual geração juvenil é a mais educada, preparada e informada,  mas também é a que menos participa ativamente do mundo político, tendo em vista que quatro a cada cinco adolescentes de 16 e 17 anos não tiraram o título de eleitor no ano de 2018, segundo o Tribunal Superior Eleitoral. Por conseguinte, tal fato ocorre por conta da constante pressão que essa comunidade sofre, tanto para conseguirem empregos quanto para atender aos estereótipo criados pelo corpo social, que julga-os como incompetentes e muitas vezes desleixados. Impende, pois, que medidas de conscientização populacional ocorram para que  esses preconceitos possam ser erradicados e, assim, faça-se possível moldar uma nova cultura.       Nesse sentido, outro desafio é a negligência estatal, uma vez que nem sempre o Governo cobra - do Ministério da Educação - meios mais efetivos e abrangentes para adequar essa nova geração para participar de maneira mais efetiva no cenário político brasileiro. Dessa forma, faz-se necessário a realização dessa abordagem com urgência, tendo em vista que a criminalidade e o exercimento integral da cidadania são inversamente proporcionais. Não obstante, torna-se possível uma conexão com o ideal de mudança social de Paulo Freire, que tinha como base essa transformação pelo meio educacional, visando uma comunidade mais igualitária, dispersando os preceitos criados e concebendo um novo meio de vida que possa integrar todos os cidadãos.        Evidenciam-se, portanto, significativas dificuldades em integrar os jovens no meio político. Logo, a fim de garantir a segurança do cidadão comum, secretarias municipais e estaduais de educação devem criar projetos educacionais nas escolas, os quais devem promover palestras e atividades lúdicas por meio da orientação de ONGs que tenham experiência comprovada nesse cenário específico de conscientização populacional,transformando, assim, não somente a comunidade escolar, mas também a sociedade no geral. Destarte, será possível alcançar a idealização do filósofo brasileiro e alcançar uma cidadania legítima e plural.