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Enviada em: 27/07/2019

Uma famosa propaganda antiga de cigarros já evidenciava uma característica marcante no povo brasileiro, que ficou conhecida como Lei de Gerson: o desejo de levar vantagem em tudo. De fato, segundo um rankeamento da Transparency Internacional, o Brasil ocupa o 72º lugar em honestidade. Este fato pode ser explicado, principalmente, pelo grande histórico de autoridades que se utilizavam deste corrupto princípio, bem como pela grande flexibilidade das punições a crimes no país.       Primeiramente, o brasileiro desde sempre foi guiado por maus exemplos de autoridades públicas. Na Primeira República já era possível observar a corrupção pelo voto de cabresto, em que os coronéis forçavam o voto do eleitor por presentes ou ameaças, a fim de favorecer um político de seu interesse, e pela Política dos Governadores, em que governadores e coronéis determinavam, pelo voto de cabresto, quem seria o presidente. E hoje, escândalos como os do Mensalão e da Lava Jato evidenciam que o problema persiste.              Ainda mais, a corrupção não é devidamente punida, o que retira qualquer receio de praticá-la. Em 2018, haviam 17 réus soltos condenados em 2ª instância na Operação Lava Jato. Além disso, é volumosa a lista de políticos corruptos a quem foram concedidas prisão domiciliar, vivendo em luxo e desfrutando do obtido com os crimes. Dessa forma, a punição branda serve como estímulo para que esta ocorrência se perpetue.             Portanto, vê-se que o jeitinho brasileiro e os problemas advindos deste fazem parte da história do país. Para quebrar a perpetuação da corrupção, faz- se absolutamente necessário o cumprimento das leis anti-corrupção, e a aplicação de punições mais rigorosas para os infratores pelo corpo judiciário e legislativo. E para que estes dois últimos sejam, também, mudados, é preciso que a população brasileira crie consciência política e votem livres em políticos que podem fazer a diferença, e não pensando em vantagens pessoais, como em cabrestos.